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Mercado imobiliário residencial tem 2º trimestre aquecido, com aumento na procura e nas vendas

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O mercado imobiliário residencial brasileiro registrou crescimento na procura e nas vendas de imóveis no segundo trimestre de 2023, que terminou aquecido, melhorando de forma significativa o desempenho do setor em relação ao período anterior. É o que aponta o Indicador de Confiança do setor Imobiliário Residencial, realizado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. Nesta edição, a pesquisa foi realizada com 47 empresas construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial, entre 3 e 17 de julho.

O segmento MAP (Médio e Alto Padrão) demonstrou uma retomada e os executivos do setor estão mais otimistas com MCMV (Minha Casa Minha Vida). A pesquisa revela que as expectativas para lançamentos de empreendimentos e para a aquisição de terrenos são altas: 94% dos executivos pretendem lançar imóveis nos próximos três a 12 meses e 88% têm intenção de adquirir terrenos no mesmo período.

O presidente da ABRAINC, Luiz França, avalia que os indicadores do levantamento refletem uma melhora no setor e na economia. Ele destaca que a queda na inflação, que possibilita um aumento na renda das famílias e a expectativa de uma contínua redução nos juros devem estimular o lançamento e as vendas de novos empreendimentos. “Esses fatores demonstram a confiança dos principais atores do setor no mercado e apontam para perspectivas promissoras para o crescimento do segmento ao longo do ano”, afirma o executivo.

O levantamento usa uma metodologia diferenciada para interpretar os resultados e facilitar a leitura entre os trimestres. Desse modo, os percentuais de respostas foram transformados em notas, variando de 1 (para forte redução) a 3 (para forte aumento), e cada segmento foi classificado dentro desse padrão. As respostas dos participantes da pesquisa indicaram se houve redução, manutenção ou aumento em relação ao trimestre anterior para os itens procura, vendas, e preços dos imóveis. Além da variação do trimestre apurado, os respondentes indicam as expectativas.

Indicador de confiança do setor imobiliário residencial 

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“A pesquisa nos mostra que houve um aquecimento no setor no segundo trimestre, com aumento tanto para procura quanto para venda de imóveis. As expectativas para lançamentos de empreendimentos também são boas para ambos os segmentos, o que indica que o mercado imobiliário pode continuar a se desenvolver nos próximos trimestres. A sinalização de um início de redução na taxa de juros no Brasil pode ter influenciado esse aquecimento do mercado. As mudanças no programa MCMV, como a elevação do teto dos valores e ajustes em taxas e subsídios, impulsionaram este segmento”, destaca Claudia Baggio, sócia de Financial Advisory e líder da prática de Real Estate da Deloitte. 

Resultados do 2º trimestre e expectativas:  

Procura de imóveis (Nota 2,26 = Aumento). O segundo trimestre do ano foi mais aquecido para a procura de imóveis residenciais em relação ao primeiro período, para ambos os segmentos. O mercado de MAP teve uma melhora, saindo de “manutenção” para “aumento”, enquanto as recentes mudanças do programa MCMV tem impulsionado a venda e procura em todo país para este segmento.

Vendas (Nota 2,35 = Aumento). As vendas também se aqueceram no 2º tri para os imóveis residenciais em relação ao período anterior. As vendas de MAP, inclusive, registraram o maior aumento em pontos no período (+0,48). Para curto e médio prazos, por outro lado, as vendas de imóveis MCMV podem se comportar mais aquecidas, já que apontam forte aumento.

Expectativas para vendas (Nota 2,64 = Forte aumento). Os executivos do setor imobiliário residencial esperam forte aumento nas vendas para o 3º trimestre de 2023 (nota geral = 2,64) e forte aumento nos próximos 12 meses (nota geral = 2,70). Quando analisados os segmentos separadamente, há expectativa de forte aumento (2,79) para MCMV tanto no 3T23 quanto nos próximos 12 meses (2,91). Para MAP, a expectativa é de aumento (2,47) no terceiro trimestre e nos próximos 12 meses (2,50) também.

Preço de imóveis (Nota 2,56 = Aumento). No 2º trimestre, os preços de imóveis seguiram em alta, sendo que todos os indicadores estão acima dos registrados no período anterior. O segmento de MCMV registrou forte aumento (2,67) no 2º trimestre e pode seguir nessa tendência para o próximo (2,82).

Expectativa para os preços dos imóveis (Nota 2,63 = Aumento). As expectativas para os preços dos imóveis residenciais seguem com aumento para o 3º trimestre do ano (2,63), com forte aumento para os próximos 12 meses (nota 2,95) e para os próximos cinco anos (nota 2,98).

Alta no índice de preços se manteve no período  

A alta nos preços de imóveis residenciais se manteve no segundo trimestre de 2023, sendo registrado aumento no indicador de 6,9% frente ao período anterior. A tendência para os próximos trimestres é de alta nos indicadores, sobretudo para MCMV, que pode ter o maior crescimento no índice de preços. O indicador do custo de construção continua com taxa de crescimento mais baixa e a variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), no acumulado de 12 meses até junho, é de 4,29%.

Sobre o aumento tanto na procura quanto nas vendas de imóveis no 2º trimestre, a sinalização de um início de redução na taxa de juros no país e as recentes mudanças do programa MCMV pode ter influenciado o aquecimento no mercado. Em relação às expectativas para os próximos três a 12 meses, os executivos estão otimistas quanto aos lançamentos e aquisições de terrenos, para ambos os segmentos. Este último, inclusive, apresentou as maiores taxas da série histórica, em geral.

Metodologia da pesquisa  

O indicador de confiança do setor imobiliário residencial do 2º trimestre de 2023, realizado pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, em parceria com a ABRAINC, contou com a participação de 47 empresas construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial, divididas nos seguintes segmentos: 32% Minha Casa Minha Vida (MCMV), 30% Médio e Alto Padrão (MAP) e 38% atuantes em ambos os segmentos. O levantamento, realizado entre 03 e 17 de julho de 2023, ouviu executivos de alto escalão (C-Level) das empresas participantes.