Expectativa de aumentos de juros nos EUA e problemas econômicos na China causam semana de pessimismo nos mercados globais.
A semana nos mercados financeiros foi marcada por um clima de pessimismo, impulsionado por diversas questões globais. A expectativa por mais altas de juros nos Estados Unidos gerou preocupações, com a Ata do Fed reforçando a postura “hawkish” de alguns membros do Banco Central americano. O presidente do Fed, Jerome Powell, enfrentará a tarefa de equilibrar as expectativas em sua palestra em Jackson Hole.
A situação econômica na China também contribuiu para o sentimento negativo, à medida que notícias sobre problemas nos setores imobiliário e financeiro surgiam. O Banco Popular da China (PBoC) chegou a anunciar seu apoio às empresas para garantir o cumprimento da meta de crescimento de cerca de 5% este ano, o que adicionou incerteza em relação a possíveis cortes de juros e medidas de estímulo.
No cenário doméstico, houve certo alívio no âmbito político após o ministro Fernando Haddad criticar a Câmara. Espera-se que a próxima semana traga movimentações na pauta econômica do governo no Congresso, no entanto, permanece como uma incógnita o ritmo e a amplitude desses avanços.
O resultado desses fatores foi um clima de cautela nos mercados, com investidores monitorando atentamente os desdobramentos nos EUA, a evolução econômica na China e os rumos da política interna brasileira. A incerteza global parece estar ditando a trajetória dos ativos financeiros e pode continuar a influenciar as decisões dos investidores nas próximas semanas.
Varejo, Petrobras e bancos impulsionam recuperação da bolsa após 13 quedas consecutivas
As ações do setor de varejo foram protagonistas de uma forte alta nesta sexta-feira, impulsionando a recuperação da bolsa após uma sequência de 13 quedas consecutivas.
O otimismo se deu em parte devido ao alívio nos juros futuros, que proporcionou uma correção parcial das perdas acumuladas durante a semana. Os investidores retomaram suas apostas no varejo, tendo em vista as expectativas de cortes na taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Os destaques na lista das maiores altas incluíram #MGLU3, com um aumento de 6,38% a R$ 3,00, #CRFB3, com alta de 5,24% a R$ 11,85, e PETZ3, que subiu 3,91% a R$ 5,31. Por outro lado, #RDOR3 (-1,85% a R$ 29,74), #WEGE3 (-1,76% a R$ 36,26) e #ARZZ3 (-1,45% a R$ 79,11) lideraram as perdas do dia.
O vencimento de opções sobre ações contribuiu para a volatilidade das blue chips, com #PETR4 fechando com uma leve alta de 0,25% a R$ 31,52, #PETR3 subindo 0,58% para R$ 34,49 e #VALE3 recuando 1,11% a R$ 61,22. Entre os bancos, #ITUB4 subiu 0,79% a R$ 26,96, #BBDC4 avançou 0,66% a R$ 15,19, #SANB11 teve um ganho de 0,49% a R$ 26,44 e #BBAS3 subiu 0,40% para R$ 47,79.
Enquanto isso, nos mercados internacionais, as bolsas de Nova Iorque encerraram sem uma direção clara, influenciadas pelo aumento dos juros dos Treasuries. Os retornos dos títulos de longo prazo alcançaram os maiores níveis desde a crise financeira de 2008, embora tenham cedido ligeiramente. A crise na China também exerceu pressão sobre o mercado, apesar das medidas anunciadas pelo governo para apoiar o mercado de capitais local.
Ao fechamento, o Dow Jones subiu 0,08%, enquanto o S&P500 recuou 0,01% e o Nasdaq perdeu 0,20%. Os principais índices norte-americanos registraram quedas superiores a 2% ao longo da semana. Os movimentos dos juros e as evoluções na crise chinesa continuarão a influenciar os mercados globais nos próximos dias.