- Javier Milei (presidente da Argentina) anunciou que o governo registrou seu terceiro superávit mensal consecutivo.
- Em pronunciamento à nação, Milei informou que o excedente fiscal financeiro foi de cerca de 275 bilhões de pesos em março.
- Na esteira da desaceleração da inflação registrada em março, o dado reflete uma queda para 11%, em comparação com a alta de 13,2% em fevereiro.
Na segunda-feira (22), o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que o governo registrou seu terceiro superávit mensal consecutivo. Em pronunciamento à nação, Milei informou que o excedente fiscal financeiro foi de cerca de 275 bilhões de pesos em março.
“Um marco que deve deixar todos nós orgulhosos como país, em particular, dada a herança que herdamos. […] O excedente fiscal, que parece simplesmente uma definição técnica, que não faz diferença na vida dos argentinos não é, nem mais e nem menos, do que o único ponto de partida para terminar de uma vez com o inferno inflacionário que vive a Argentina”, citou Milei.
Na esteira da desaceleração da inflação registrada em março, o dado reflete uma queda para 11%, em comparação com a alta de 13,2% em fevereiro. Este é o terceiro mês consecutivo de redução após uma variação mensal de 25,5% em dezembro.
Nos últimos 12 meses, entretanto, o indicador manteve uma trajetória de alta, atingindo 287,9%, o maior valor em décadas.
Argentina progrediu de forma impressionante com governo Milei
Porta-voz do FMI elogia “progresso impressionante” do governo ultraliberal de Javier Milei, mas ressalta desafios no caminho para a estabilização.
“O caminho para a estabilização nunca é fácil” declarou uma porta-voz do Fundo Monetário Internacional.
Desde sua posse em dezembro, o FMI tem apoiado as políticas de Milei. Visando, dessa forma, alcançar um déficit zero até 2024, inclusive através de um plano de cortes de gastos denominado ‘motosserra’.
“O progresso até agora tem sido impressionante” ressalta Julie Kozack, diretora do Fundo.
“Janeiro e fevereiro registraram um superávit fiscal pela primeira vez em mais de uma década, as reservas internacionais estão sendo reconstituídas, a inflação está caindo mais rapidamente do que o previsto e os indicadores de mercado, como a variação cambial e o spread soberano, continuam melhorando”; complementa.
O spread soberano é o custo do endividamento externo de um país.
Em uma conferência de imprensa em Washington, as autoridades argentinas detalharam a implementação de um “ambicioso plano de estabilização macroeconômica“. Este plano tem como foco uma “forte âncora fiscal“, que elimina qualquer financiamento do governo pelo Banco Central, além de políticas destinadas a reduzir a inflação e reconstruir as reservas do país.
A porta-voz também acrescentou que “o caminho para a estabilização econômica nunca é fácil e requer uma implementação forte de políticas”.
Para o FMI, é crucial “manter a melhoria na qualidade do ajuste fiscal” e ajustar a política monetária durante a transição.
Num país onde mais de 12 milhões de pessoas vivem na pobreza (o equivalente a 41,7% da população), o FMI elogia “os recentes esforços das autoridades para fortalecer a assistência social, especialmente no emblemático programa de subsídios para crianças, além de proteger o valor real das pensões”.
A porta-voz destacou, ainda, que as reformas requerem apoio social e político para garantir durabilidade e eficácia. Ao mesmo tempo em que sindicatos do setor público protestam nas ruas contra a demissão de quase 15 mil funcionários.
Enquanto isso, Milei reativou um programa de crédito de 44 bilhões de dólares (equivalente a 220 bilhões de reais) com o FMI, com o qual estão em ‘discussões ativas’, conforme afirmou Kozack. No entanto, ele negou que um novo plano esteja sendo negociado.
“Neste momento, seria prematuro discutir as modalidades de um possível programa futuro”, declarou.