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Ministério Público quer que Americanas pague funcionários e pequenas empresas antes dos grandes Bancos

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De acordo com uma reportagem do Valor, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) defendeu, em uma manifestação protocolada na última quinta-feira, a retirada dos credores trabalhistas (classe I) e de microempreendedores e empresas de pequeno porte (classe IV) do processo de recuperação judicial da Americanas (AMER3).

A proposta do MP-RJ é que essas classes de credores sejam pagas antecipadamente, mas fora do processo de recuperação judicial, uma vez que o processo ainda está em sua fase inicial e o plano de recuperação ainda não foi apresentado. Na semana passada, a Americanas solicitou autorização judicial para o pagamento integral das dívidas com essas classes de credores dentro do processo de recuperação.

O caso Americanas

A situação da Americanas se tornou extremamente crítica na bolsa de valores brasileira após a revelação de um rombo contábil referente a problemas com a operação de risco sacado da companhia. O rombo de caixa avaliado em R$ 40 bilhões parece irrecuperável para o mercado, e a varejista já abriu na justiça seu pedido de recuperação judicial para proteger sua operação enquanto tenta conter os danos da fúria do mercado.

No entanto, para a Verde Asset, o problema contábil não seria uma irresponsabilidade da empresa, e sim um grande fraude que já era bem conhecida nos corredores da varejista.

Com R$ 32 bilhões sob gestão, a Verde Asset Management, gestora de Luis Stuhlberger, dedicou um bom espaço do seu relatório sobre o mês de janeiro ao tema Americanas. E foi direto ao ponto, sem meias palavras.

“Temos a maior fraude da história corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”.

Afirma, no texto, a gestora, que diz ter tido um prejuízo de 14 pontos-base com a posição em debêntures que detinha na operação.

No documento, a Verde ressalta que “beira o inacreditável” que, somente 23 dias após o estouro do escândalo, alguns executivos tenham sido afastados. Sobram críticas também para Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, os nomes à frente do 3G, controladores da operação.

“Os três controladores da companhia, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação / legado, têm ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira”.

Diz outro trecho do texto.

A gestora destaca ainda que a recuperação judicial da varejista será um processo longo e ruidoso, no qual os únicos ganhadores serão os “inúmeros advogados envolvidos”. “Quanto mais tempo levar, menor a chance de alguma recuperação relevante para a companhia (e seus funcionários, fornecedores, credores e acionistas)”, observa.

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