Notícias

Não há razões para melhora da perspectiva do Brasil, diz chefe da Austin

Foto/Reprodução
Foto/Reprodução

Chefe do Departamento Econômico da Austin Rating, demonstra não compreender o que a Moody’s viu para melhorar para positivo a perspectiva da nota de crédito do Brasil.

O economista Alex Agostini, chefe do Departamento Econômico da Austin Rating, a principal agência nacional de classificação de riscos, anunciou que não demonstra ter compreensão com o que a Moody’s viu para melhorar para “positivo” a perspectiva da nota de crédito do Brasil.

Para Agostini, a trajetória de crescimento do PIB hoje está mais robusta que no período pré-pandemia. “Sinceramente, não sei o que a Moody’s viu para adotar a ação que tomou!” disse ele.

De acordo com o chefe da Austin, na útlima sexta-feira (26), durante uma reunião com o pessoal do Prisma Fiscal, onde estavam presentes o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, a subsecretária de Política Econômica, Débora Freire, e o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e mais algumas outras pessoas, todos que ali estavam não escondiam a incredulidade quanto à capacidade de o governo estabilizar a dívida pública em 2026, 2027 e 2028.

Ainda na reunião do dia 26, os representantes do governo estavam relativamente otimistas com o cumprimento das novas metas fiscais que foram anunciadas porque, segundo Agostini, várias ações estão acontecendo para melhorar a arrecadação.

“Nós da Austin Rating achamos estranho porque todos os economistas que estavam lá na reunião estão muito céticos em relação à capacidade do governo de estabilizar a dívida em 2026, 2027 e 2028. Inclusive, ninguém acredita que o governo vá cumprir a meta fiscal”, disse Agostini.

Segundo Agostini, o governo possui pensamento contrário aos economistas porque, segundo Mello, Débora e Barreirinhas, as medidas para ampliar a arrecadação que estão sendo trabalhadas não estão ainda no cômputo dos analistas do mercado.

Agência Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil

A agência de classificação de riscos Moody´s revisou para cima a perspectiva da nota de crédito do Brasil, na quarta-feira (1º). Atualmente, o nível (rating) do país é Ba2, que indica um risco maior para investimentos estrangeiros. A instituição manteve a nota, mas mudou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”, sinalizando que pode elevar esse rating no futuro.

De acordo com o Tesouro Nacional, essa decisão é a primeira movimentação da Moody’s desde 2018, quando houve a mudança de perspectiva de negativa para estável, e “reforça a melhoria na trajetória da nota de crédito verificada desde 2023”, com a elevação do rating pela Standard & Poor’s e pela Fitch. As três instituições compõem as agências de riscos mais conceituadas do mercado.

“Ocorrendo a efetivação da mudança da nota de crédito, o Brasil estará a um degrau de voltar a possuir grau de investimento, um marco significativo para os indicadores de estabilidade econômica do país”, explicou o Tesouro, nesta quarta-feira.

O grau de investimento funciona como um atestado de que os países não correm risco de dar calote na dívida pública. Abaixo dessa categoria, está o grau especulativo, cuja probabilidade de deixar de pagar a dívida pública sobe à medida que a nota diminui.