- Na sexta-feira (02), o valor de mercado do Nubank caiu abaixo do Itaú Unibanco (ITUB4) no fechamento dos mercados dos Estados Unidos e do Brasil
- Essa inversão de posições marcou a primeira vez desde início de junho que a fintech perdeu o título de instituição financeira mais valiosa da América Latina
- As ações do Nubank enfrentaram uma queda de 5,2% na Bolsa de Nova York após o UBS BB rebaixar sua recomendação de compra para neutra
Na sexta-feira (02), o valor de mercado do Nubank caiu abaixo do Itaú Unibanco (ITUB4) no fechamento dos mercados dos Estados Unidos e do Brasil. Essa inversão de posições marcou a primeira vez desde início de junho que a fintech perdeu o título de instituição financeira mais valiosa da América Latina. Isto, ainda que de forma temporária.
As ações do Nubank enfrentaram uma queda de 5,2% na Bolsa de Nova York após o UBS BB rebaixar sua recomendação de compra para neutra. Este foi o segundo corte de recomendação em apenas duas semanas, seguindo uma ação similar do JPMorgan. Ambos os bancos justificaram o rebaixamento pela percepção de que há pouco potencial de valorização para os papéis da fintech.
“Acreditamos que a avaliação de mercado de US$ 57 bilhões (número de quinta-feira, 1º) precifica todas as atuais iniciativas”, afirmou o analista Thiago Batista, do UBS BB, em relatório enviado a cliente.
No relatório de julho, Yuri Fernandes, do JPMorgan, apontou que o crescimento do Nubank no segmento de baixa renda no Brasil está se esgotando. Assim, limitando suas perspectivas. Ele observou que, para sustentar a expansão, o Nubank precisará crescer também nos segmentos de renda média e alta, ou continuar avançando no segmento de baixa renda, apesar dos riscos e desafios envolvidos
Este ano, as ações do Nubank têm registrado uma alta de quase 31% na Bolsa de Nova York. No entanto, nos últimos 30 dias, o desempenho foi negativo, com uma queda de aproximadamente 12%. Essa diminuição, no entanto, é atribuída tanto aos cortes de recomendação quanto a preocupações com os índices de inadimplência da carteira, uma questão destacada por analistas de mercado.
Após a divulgação dos dados do BC
Na quinta-feira (1), a divulgação dos dados do Banco Central sobre as instituições financeiras causou uma queda de 5% nas ações da fintech. O índice de notas de crédito mais baixas da carteira do Nubank subiu, no entanto, para 10,2%, de 9,7% em maio. Aumentando as preocupações sobre possíveis elevações nas provisões e uma desaceleração no crescimento da carteira.
“Acreditamos que os participantes de mercado vão monitorar muito de perto a evolução da qualidade dos ativos do Nubank, bem como de que forma o crescimento da carteira de crédito vai evoluir nos próximos meses e trimestres”, afirma o analista Gustavo Schroden, do Bradesco BBI.
Embora os dados do BC geralmente não impactem diretamente o mercado, na quinta-feira, a aversão ao risco amplificou seu efeito. A preocupação com a inadimplência do Nubank, que está aumentando enquanto nos grandes bancos permanece estável ou cai, também contribuiu. No primeiro trimestre, a inadimplência do Nubank subiu para 6,3%, comparado a 5,5% em março do ano passado. Apesar de o Nubank afirmar que o foco é o crescimento e não o controle da inadimplência, os altos múltiplos das ações fazem com que o mercado tenha menor margem de tolerância.
“Embora os mercados estejam compreensivelmente nervosos devido aos altos múltiplos, a tese sempre foi sobre mais do que apenas os índices de atraso”, aponta Pedro Leduc, do Itaú BBA, em relatório publicado na quinta-feira.