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O C6 Bank vai quebrar? Banco tem prejuízo bilionário

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Enquanto a lucratividade se torna realidade para alguns bancos digitais, como Nubank, Inter e Picpay, o C6 Bank parece estar cada vez mais distante desse objetivo.

O banco liderado por Marcelo Kalim registrou um prejuízo de R$ 2,2 bilhões em 2022, com a maior parte (R$ 1,8 bilhão) concentrada no segundo semestre.

O resultado surpreendeu o mercado e representa uma piora considerável em relação a 2021, quando o C6 reportou um prejuízo de R$ 692 milhões.

Segundo um analista do setor, a deterioração do segundo semestre está relacionada principalmente ao aumento expressivo das provisões e à piora da margem financeira líquida (NIM).

Em 2022, as provisões aumentaram quatro vezes, chegando a R$ 1,6 bilhão, enquanto o chamado cost of risk subiu de 7,4% para 15,4%. A NIM caiu de 7,6% no primeiro semestre de 2022 para 4,2% no segundo semestre. O analista observa que não há detalhes sobre as causas dessa piora, mas sugere que provavelmente houve um aumento significativo na inadimplência.

Além disso, o C6 Bank viu suas despesas crescerem de forma considerável no período. As despesas administrativas subiram 60% no ano, totalizando mais de R$ 2 bilhões, com as despesas com pessoal aumentando 82% para R$ 550 milhões.

Um investidor do setor aponta que o C6 Bank sempre teve uma ambição enorme e nunca foi comedido nos gastos, investindo pesadamente em marketing e sendo agressivo no crédito.

O banco fechou o ano com uma carteira total de crédito de R$ 29 bilhões – o dobro de 2021.

Fundado em 2019, o C6 Bank cresceu exponencialmente e já conta com mais de 23 milhões de clientes cadastrados. Dois anos atrás, o JP Morgan adquiriu 40% do capital em uma transação cujo valor e cláusulas não foram revelados.

No entanto, os prejuízos constantes e crescentes têm levado muitos no mercado a especular sobre o interesse do banco americano em manter sua participação no negócio. Um executivo do setor afirma que o C6 Bank está em um momento de “fly or die”: ou melhora o desempenho, levando o JP Morgan a aumentar sua participação, ou, caso continue performando mal, o banco americano possivelmente desistirá do investimento, assumindo prejuízos.

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