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Onde investir este ano: foco no longo prazo na renda fixa e variável

Em cenário marcado pela pandemia, crise econômica, cenário eleitoral ainda indefinido e tendência de alta da Selic, saiba quais são as oportunidades de investimento segundo o sócio da EWZ Capital.

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Embora o cenário atual ainda exija cautela ao escolher as melhores opções em investimentos, seja por conta da pandemia, da crise econômica ou do cenário eleitoral ainda indefinido, isso não significa que o investidor deve optar apenas pela poupança ou mesmo que deva guardar suas economias debaixo do colchão. Existem ótimas oportunidades, sobretudo em renda fixa, e graças à alta da Selic.

Os fundos de renda fixa são uma boa opção para os investidores, conservadores ou arrojados. “Títulos públicos de longo prazo, por exemplo, conferem maior segurança diante de um cenário de inflação alta. Mas existem outras alternativas vantajosas, como LCIs e LCAs, sobre as quais não incide imposto de renda. Há opções de investimento em renda fixa que estão rendendo 13% ou 6%, mais inflação ao ano”, afirma Henrique Castiglione, sócio e diretor comercial da EWZ Capital.

Os fundos imobiliários também não devem ser ignorados. Eles não devem ser as grandes estrelas deste ano, já que a alta da Selic desencoraja a aquisição de imóveis e impacta o setor.

Para Henrique, porém, a alta atual dos juros não é suficiente para tirar a atratividade deste tipo de investimento. Os FIIs seguem vantajosos, principalmente para estratégias de longo prazo, já que existem alguns que continuam pagando ótimos dividendos. O investidor moderado deve analisar esta alternativa. 

Já a renda variável também apresenta pontos positivos. “A queda na bolsa é um resultado natural e provável diante do cenário econômico existente. Com a alta dos juros e a queda das ações, a manobra foi apostar mais na renda fixa, mas isso não significa que é hora de abandonar a renda variável. É sempre importante diversificar”, ressalta o especialista.

Uma ótima estratégia para seguir investindo nas bolsas é usar o Long & Short, cuja operação permite vender e comprar simultaneamente diferentes ativos para lucrar com a diferença.

O sócio da EWZ explica que uma das vantagens dessa estratégia é que ela oferece ganho com a volatilidade, não sendo necessário esperar que a bolsa suba ou caia: “A bolsa pode permanecer no mesmo patamar, sem grandes oscilações, que o investidor irá lucrar, já que o ganho do Long & Short vem da diferença de rentabilidade de dois papeis diferentes”.

Além disso, existem setores que devem seguir apresentando bons resultados na bolsa. No Brasil, o estado atua de maneira forte na economia, sendo assim, existem segmentos que sempre recebem incentivos governamentais, seja por meio de investimentos ou redução de tributos.

“É o caso do agronegócio e da infraestrutura, que historicamente são os setores que movem a economia, trazendo maior receita e gerando empregos. É prudente observar que estamos em um cenário de pós-pandemia, com desemprego alto. Essa conjuntura leva a crer que qualquer governo irá investir para gerar empregos, o que é feito principalmente por meio de obras de infraestrutura”, pontua Castiglione. 

Outro segmento cujas ações devem valorizar é o de tecnologia. No exterior, esse setor vem voando nos últimos dez anos. Recentemente, as ações dos negócios relacionados à tecnologia caíram bastante no Brasil, foi o caso da Locaweb e da Neogrid. Isso não deve se manter e esse tipo de papel deve voltar a subir.

O mesmo deve acontecer com as ações de empresas de varejo, que sofreram com a crise e apresentaram queda. Mas quem tiver papeis de companhias como o Magazine Luiza deve manter, já que a expectativa é que voltem a subir com a retomada gradual da economia.

Fintechs como o Nubank também apresentam ótimas oportunidades. “Embora tenha relatado prejuízos, trata-se de uma companhia avaliada em US$ 37,4 bilhões, e que não pode ser ignorada. Outros players do mercado, como o Banco Inter e o BTG Pactual, vêm atraindo uma grande quantidade de clientes, ganhando escala em suas operações, e merecem ser acompanhadas de perto pelo investidor”, esclarece Henrique, que observa ainda que, apesar da indefinição eleitoral, o mercado não espera nenhuma grande surpresa para este ano.

“O Dólar deve permanecer no patamar atual, entre R$ 5 e R$ 6. Também não se espera uma grande fuga de capital para o exterior. Sendo assim, a melhor estratégia para o investidor é ser cauteloso, manter a diversificação e mirar principalmente no longo prazo, tanto para a renda variável quanto para a renda fixa”, explica o executivo.

A expectativa é que os mercados se recuperem aos poucos, merecendo um pouco de paciência. Além disso, investimentos como o CDB são pensados para um prazo de dois ou três anos, já que após este período o investidor consegue vantagens tributárias.

Mas para os investidores mais ansiosos, a melhor opção no curto prazo são os investimentos que acompanham a Selic.