Apesar do Bitcoin ter subido mais de 100% este ano, El Salvador ainda enfrenta perdas de cerca de US$ 16 milhões em sua participação na criptomoeda, devido a compras anteriores a preços mais altos. O país adotou o Bitcoin como moeda de curso legal em 2021, mas a população local ainda prefere usar o dólar.
O Bitcoin (BTC) teve um aumento de mais de 100% este ano e atingiu seu maior preço desde maio de 2022, mas essa alta não foi suficiente para tirar El Salvador do vermelho. O país comprou cerca de 2.500 unidades de Bitcoin entre 2021 e 2022, a um preço médio de US$ 44.300, resultando em um investimento de aproximadamente US$ 108 milhões.
No entanto, considerando o preço atual do BTC, que está em torno de US$ 36.500 na sexta-feira (17), El Salvador estaria enfrentando uma perda de cerca de US$ 16 milhões em sua participação na principal criptomoeda do mundo.
Além de investir em Bitcoin, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar o BTC como moeda de curso legal em junho de 2021, uma decisão promovida pelo presidente Nayib Bukele, um entusiasta das criptomoedas.
Na época, essa medida foi criticada por organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Wall Street, que expressaram preocupações sobre os riscos para a estabilidade financeira do país. No entanto, El Salvador conseguiu atrair investidores internacionais e emitiu títulos com retornos impressionantes de 70% no meio deste ano, atraindo a atenção de gigantes como JPMorgan, Eaton Vance e PGIM Fixed Income.
Apesar de ter chamado a atenção dos investidores estrangeiros, a população local ainda não abraçou o Bitcoin devido à complexidade da criptomoeda, problemas de usabilidade e volatilidade. A preferência da maioria dos habitantes continua sendo o dólar, que também é uma moeda oficial em El Salvador.
Dados do banco central do país mostram que apenas 1,3% das pessoas que enviam dinheiro para fora de El Salvador o fazem por meio do Bitcoin. Em comparação, no México, 4% dos habitantes usam criptomoedas para remessas internacionais, de acordo com a plataforma Chainalysis.
O caminho para “El dourado”
O presidente Nayib Bukele parece não ter limites quando se fala em promover o desenvolvimento de El Salvador através do Bitcoin, a maior e mais segura rede monetária descentralizada do mundo. Durante a Labitconf, Bukele apresentou para o mundo a Bitcoin City.
Bukele apresentou uma ousada proposta de criar uma cidade futurística totalmente desenvolvida em prol das criptomoedas.
Assim, a cidade será construída na região de La Unión, onde os recursos energéticos para manutenção da cidade e para a mineração de Bitcoin, serão providos pela energia geotérmica dos vulcões.
A mineração de Bitcoin, por sua vez, deve desempenhar um papel importante para a economia da cidade, graças aos abundantes recursos energéticos verdes do país, também conhecido como a Terra dos Vulcões.
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A mineração de Bitcoin é hoje um dos aspectos principais dos críticos das criptomoedas por serem processos pouco sustentáveis e extremamente dispendiosos.
Desse modo, a construção da cidade será financiada inicialmente através da emissão de dívidas no valor de 1 bilhão de dólares. Deste valor, 500 milhões serão destinados para a construção da infraestrutura da cidade, enquanto que a outra metade será direcionada para a compra de mais bitcoins para o governo.
Ademais, o localidade, além das vantagens geográficas, a cidade deve ser um verdadeiro paraíso fiscal: a cidade não cobrará impostos de ganhos de capital ou semelhantes, apenas um IVA.
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