A companhia AES Brasil (AESB3) já representa um dos principais nomes em energia renovável no mercado brasileiro. No entanto, a empresa não está poupando recursos para fortalecer ainda mais sua marca ecológica.
Afinal, a AES anunciou que está comprando três ativos eólicos da Cubico Sustainable Investment no Brasil.
As três usinas – Ventos do Araripe (PI), Caetés (PE) e Cassino (RS) – têm juntas uma capacidade de geração de 456 MW.
Desse modo, a transação envolve R$ 2,03 bilhão: R$ 1,1 bi de equity value e R$ 930 milhões em assunção de dívidas. No entanto, nem tudo são flores: para financiar a aquisição, a AES Brasil fará um aumento de capital privado de R$ 500 mi a R$ 1,1 bilhão.
Do mesmo modo, a controladora AES Holding já se comprometeu com US$ 100 milhões (R$ 512 milhões no câmbio atual), garantindo o valor mínimo da operação.
Além disso, a XP está assessorando a AES Brasil na operação de aumento de capital. Os atuais acionistas da AES também poderão acompanhar a operação para não serem diluídos – os principais acionistas da empresa são BNDESPar, com 8%; e a Eletrobras, com 6,13%.
A estratégia da AES
Portanto, com a operação, a AES Brasil dá continuidade a estratégia da CEO Clarissa Sadock de diversificação de portfólio, reduzindo sua dependência da fonte hídrica, que ainda representa mais de 70% de sua geração. Hoje, a empresa já tem um portfólio de plantas eólicas e solares localizadas nos estados de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará.
Nesse sentido, a AES também espera sinergias operacionais, comerciais e financeiras. Com a conclusão da operação, a AES Brasil passará a contar com uma capacidade instalada de 5,2 GW (4,2GW operacionais e 1 GW em construção). Com sede em Londres, a Cubico foi criada em 2015 com a união de ativos de energia renovável do Santander com dois fundos canadenses: o Ontario Teacher’s Pension Plan e o PSP Investments – ambos seguem como acionistas da companhia.
No ano seguinte, a Cubico entrou no Brasil ao adquirir a Ventos do Araripe e a Caetés, ambas da família Araripe, por R$ 2 bilhões. Em 2020, a Cubico já havia feito negócio com a AES: vendeu duas usinas eólicas para a brasileira por R$ 806 milhões. Com a operação de hoje, a Cubico deixa de ter investimentos no Brasil.