Foram registrados 183 pedidos de recuperação judicial por empresas brasileiras em Março deste ano.
Em nota, foi divulgado que o número de recuperação judicial cresceu muito durante este mês de Março, registrando 183 pedidos, uma alta de 94,7% em comparação ao mesmo mês de 2023.
O setor de serviços ficou em primeiro lugar dos pedidos, com 71 demandas. Já o comércio, ficou com 48. Em relação ao porte das companhias, as micro e pequenas empresas lideraram as solicitações de recuperação judicial, com 136 pedidos. Em 3º lugar está o setor de indústria, com 33 pedidos e por por último, a área de produtos primários, com 31 casos de recuperação judicial.
“O aumento nas solicitações de recuperações judiciais é reflexo do crescimento das empresas que se viram diante da iminência da insolvência. Precisamos ter uma redução da inadimplência para depois presenciarmos uma queda no número de pedidos de recuperações judiciais”, disse Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
De acordo com o especialista, a queda nos pedidos deve acontecer a partir do 2º semestre de 2024.
Fevereiro também registrou alta
O mês de Fevereiro deste ano, registrou crescimento no número de recuperação judicial no país, com um total de 169 pedidos. O valor representou uma alta de 64,1% em comparação com o mesmo período de 2023.
Foram 169 companhias que entraram com pedido legal no mês, frente à 103 do ano anterior. As micro e pequenas representaram o maior número de requisições. Do total de pedidos, 107 pertenciam a este grupo.
Pedidos de recuperação judicial crescem quase 70% em 2023
O número de empresas que entraram com pedido de recuperação judicial no ano passado cresceu 68,7% no Brasil em comparação a 2022, chegando a 1.045 solicitações, segundo dados divulgados pela Serasa Experian. Este é considerado o índice mais alto da série histórica, registrado em 2005, e o maior valor desde 2020. Já os pedidos de falência tiveram alta de 13,5% com o registro de 983 pedidos em 2023 – foram 117 casos a mais em relação ao ano de 2022.
Recentemente, marcas conhecidas entraram com pedidos de recuperação judicial: Americanas, 123 Milhas, Rede Starbucks, Eataly e Subway. A livraria Saraiva, por sua vez, teve falência decretada. As estatísticas evidenciam o risco de quem tem um processo trabalhista “parado” na Justiça. Com receio de perder suas indenizações, cada vez mais trabalhadores têm optado por uma alternativa legal, rápida e segura: a venda de seus processos.
Os pedidos de recuperação judicial são resultado das empresas que acumularam uma quantidade significativa de dívidas atrasadas, chegando à beira da insolvência, ou seja: uma declaração judicial de que as dívidas são maiores do que o próprio patrimônio.
Para os trabalhadores, o problema é que, se a empresa que deve para ele entrar em recuperação judicial ou decretar falência, os valores que eles receberiam como indenização trabalhista ficam comprometidos e podem não ser recebidos ou demorar mais que o previsto para receber.
Muitos fatores influenciam no tempo de recebimento de um processo trabalhista: pode ser a complexidade do caso, onde o prazo de pesquisa e apresentação de evidências é longo, o tempo para o julgamento, ou mesmo a sobrecarga de processos no Tribunal também pode estender a demora em finalizar o processo, além dos procedimentos cheios de burocracia.