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Perspectiva de manutenção de juros elevados reforça apelo de títulos públicos de curto prazo

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A sinalização do Banco Central de manter a Selic em patamares elevados em 2023 já tem reflexos no mercado, de acordo com dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). A rentabilidade dos títulos de longo prazo espelhados no IMA-B 5+ (carteira de NTN-Bs, títulos públicos indexados à inflação, com vencimento igual ou acima de cinco anos) manteve, em janeiro, a trajetória de queda apresentada desde o fim de 2022. Em contrapartida, o retorno dos títulos de curto prazo do IMA-S (carteira formada por títulos pós-fixados atrelados à Selic, que são as LFTs) teve valorização neste mesmo período.

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“As incertezas do mercado, que já eram altas por causa da ausência de um arcabouço fiscal para este ano, se intensificaram em janeiro após sinalizações do governo em flexibilizar a meta da taxa de juros. Com isso, as expectativas de inflação para o médio e longo prazo se elevaram e o mercado passou a projetar uma Selic maior para o fim de 2023”, explica Marcelo Cidade, economista da ANBIMA. Em sua última reunião, em janeiro, o Grupo Consultivo Macroeconômico — formado por 25 economistas-chefes de instituições associadas à entidade — elevou de 11,5% para 12,5% a projeção da taxa Selic para dezembro deste ano.

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Diante deste panorama, os fundos multimercados, por investirem em ativos de prazos mais longos e com maior exposição a risco, sofreram impactos negativos. A postergação do ciclo de queda da Selic pode comprometer essas carteiras, que já vinham sofrendo resgates desde 2022. Somente em janeiro, essa classe de fundos perdeu R$ 17,6 bilhões em recursos.

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Por outro lado, esse cenário favorece os títulos isentos de imposto de renda. No ano passado, eles foram responsáveis por mais da metade (53,1%) do crescimento — de R$ 530,7 bilhões — dos investimentos feitos por clientes pessoa física dos segmentos de varejo e private. Entre esses produtos, destaca-se o desempenho de CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio). Apenas em 2022, as emissões desses títulos corresponderam a um volume de R$ 91,2 bilhões, ante R$ 59,0 bilhões em 2021.

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