As expectativas de melhora da economia global no segundo semestre do ano, com sinais de fim do ciclo de aumento das taxas de juros e queda da inflação, voltaram a aquecer o mercado de capitais nos Estados Unidos. Os investidores estão retomando as transações corporativas e os processos de oferta pública inicial (IPO) no mercado de ações dos EUA.
“Apesar do cenário econômico ainda incerto, vemos o mercado de capitais retornando lentamente, com a realização de IPOs e novas transações de fusões e aquisições. A perspectiva é de um segundo semestre mais ativo em termos de volume de transações nos mercados globais”, diz Carlos Lobo, sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes, Hubbard & Reed LLP.
De acordo com o especialista, o temor de uma possível recessão econômica nos Estados Unidos é bem menor em relação ao início do ano. “O fato de termos ofertas de ações bem-sucedidas influencia o mercado de fusões e aquisições, com melhor avaliação das empresas e balanços positivos apontando para o aumento dos lucros”, diz.
“Certamente, o setor de tecnologia continua a liderar em número de operações. Vemos empresas farmacêuticas buscando comprar outras empresas para adicionar novos produtos ao seu portfólio. Os negócios relacionados à transição energética e à energia renovável também estão em alta e no radar dos investidores”, comenta o advogado.
Cresce o interesse pela América Latina
De acordo com Lobo, o interesse dos investidores no ambiente de negócios da América Latina cresceu recentemente. “A questão geopolítica, a necessidade de ter uma cadeia de suprimentos mais próxima, um fenômeno também conhecido como nearshoring, a estabilidade política e a percepção de crescimento econômico estão mudando a visão dos investidores sobre a América Latina, especialmente para países como Brasil, Colômbia e México”.
“Temos visto investidores americanos criando fundos com foco na América Latina. Apesar dos desafios estruturais, a região se apresenta como um ambiente amigável, o que ajuda a atrair recursos”, conclui.