PT mira presidência da Petrobras Biocombustível, indicando assessor de deputada mineira para cargo.
O PT iniciou uma estratégia para assumir o controle de posições-chave na Petrobras, iniciando pela Petrobras Biocombustível S.A. (PBio). A principal indicação é a de João Silveira, assessor de uma deputada estadual do partido, para assumir a presidência da subsidiária, um pilar estratégico na política de descarbonização da Petrobras. As mudanças estão sujeitas à aprovação do Conselho de Administração da companhia, mas a atmosfera no partido é de otimismo.
A iniciativa faz parte de um movimento mais amplo do PT para ter maior influência em posições econômicas estratégicas, incluindo tentativas de mudar a liderança da própria Petrobras e da Vale.
Movimento estratégico do PT aponta para controle de estatais
O Partido dos Trabalhadores (PT) intensifica sua estratégia para garantir o controle de posições estratégicas nas estatais brasileiras, começando pela Petrobras Biocombustível S.A. (PBio). A principal jogada do partido é indicar João Silveira, chefe de gabinete da deputada estadual Leninha (PT-MG), para a presidência da subsidiária.
A PBio é fundamental na estratégia de descarbonização da Petrobras, e a possível nomeação de Silveira marcaria uma grande vitória para o PT. Ele substituiria Rodrigo Leão, o atual presidente da PBio, embora a mudança precise ser oficializada pelo Conselho de Administração da companhia.
Esse movimento do PT vem na sequência da nomeação de Marcio Pochmann, economista do partido, para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O partido também tem intenções de mudar a diretoria da Petrobras e colocar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no comando da Vale.
Os avanços do PT estão gerando polêmica, tendo em vista que as indicações parecem lembrar o “loteamento político” que marcou os primeiros governos Lula e Dilma, e que resultou em escândalos de corrupção expostos pela Operação Lava Jato.
Na mesma semana, o presidente Lula, líder do PT, foi questionado em entrevista à CNN sobre a partilha política das estatais durante seu mandato. Lula tentou evitar responsabilidades pelas nomeações, afirmando que tais posições são decididas pelo Conselho de cada empresa.
Diante das polêmicas passadas e da possibilidade de repetição dos mesmos erros, as movimentações do PT podem ter implicações significativas para as próximas eleições.
Lula se esquiva da responsabilidade e transfere culpa para o Conselho da Petrobras
Em uma entrevista à CNN, Lula foi confrontado com um dos principais temas de sua gestão: o loteamento político de estatais por partidos que integravam seu governo. O tema surgiu em meio ao escândalo de corrupção desmontado pela Operação Lava-Jato, que resultou no desvio de bilhões de reais da Petrobras.
O apresentador Willian Waack questionou diretamente Lula sobre o conhecimento do loteamento político na Petrobras durante seu governo. Lula negociou pessoalmente as indicações de diretores da estatal com figuras de partidos como PP, PMDB e PT. As diretorias da Petrobras eram comandadas por burocratas envolvidos em esquemas de propina com empreiteiras e políticos.
O esquema de corrupção na Petrobras envolvia diversos protagonistas, como Renato Duque na Diretoria de Serviços e Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento. Propinas eram distribuídas a políticos do PP, causando conflitos entre os partidos. O doleiro Alberto Youssef revelou o funcionamento do “money delivery”, um serviço de entrega de propina em domicílio.
Lula tentou se esquivar da responsabilidade, transferindo a culpa para o Conselho da Petrobras, mesmo que seus membros também fossem indicados pelo presidente. O ex-presidente afirmou que a composição de governo com diversos partidos é comum em democracias, e que os indicados eram eleitos pelo Conselho das empresas.
A entrevista trouxe à tona o debate sobre o aparelhamento político e a condução das estatais. Lula argumentou que é parte da democracia ter uma composição para ganhar eleições, mas não abordou os erros na Petrobras. Suas respostas podem ter impacto nas eleições futuras, já que entregar diretorias técnicas de estatais a caciques políticos é uma questão controversa e pode custar-lhe votos.