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Petrobras registra lucro menor e corte de dividendos sob governo Lula

Lucro da Petrobras cai 33,8% no primeiro ano de Lula, resultando em redução de 66,4% nos dividendos, gerando preocupação entre investidores.

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Lucro da Petrobras cai 33,8% no primeiro ano de governo Lula, resultando em redução de 66,4% nos dividendos, gerando preocupação entre investidores.

A Petrobras divulgou seus resultados financeiros referentes ao ano de 2023, marcado pelo primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente da estatal. O lucro da empresa atingiu R$ 124,6 bilhões, representando uma queda significativa de 33,8% em comparação com o ano anterior, que registrou um recorde sob o governo Bolsonaro.

Em contrapartida, os investimentos da Petrobras aumentaram, evidenciando uma estratégia de priorizar o direcionamento de recursos para projetos internos. Essa mudança de foco refletiu diretamente na distribuição de dividendos aos acionistas, que diminuíram expressivamente em 66,4%, totalizando R$ 72,4 bilhões.

A decisão da empresa de não pagar dividendos extras, como havia ocorrido no ano anterior, surpreendeu e frustrou investidores, que esperavam uma distribuição adicional entre US$ 4 bilhões e US$ 9 bilhões. Contudo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ressaltou que essa medida visa priorizar investimentos para garantir um crescimento rentável a longo prazo.

Prates enfatizou que, além dos dividendos, a sociedade brasileira se beneficia com a arrecadação de impostos gerada pela Petrobras, que alcançou R$ 240 bilhões em 2023. Ele destacou também o crescimento do valor de mercado da empresa desde que assumiu a gestão, em janeiro de 2023.

Apesar da redução nos dividendos, a regularidade dos pagamentos sob o governo Lula surpreendeu positivamente o mercado. A mudança na política de dividendos, que passou a prever uma distribuição de cerca de 45% do fluxo de caixa livre, contribuiu para essa estabilidade.

No entanto, os números do quarto trimestre de 2023 mostram uma tendência preocupante, com lucro líquido de R$ 31 bilhões, 28,4% menor em comparação com o mesmo período do ano anterior. A Petrobras enfrenta desafios diante da redução de receitas de vendas e do Ebitda, embora tenha registrado um aumento em relação ao trimestre anterior.

Decisão da Petrobras de não anunciar dividendos extraordinários gera desapontamento e preocupação entre investidores e analistas

Investidores da Petrobras (PETR3; PETR4) foram surpreendidos nesta sexta-feira com uma queda acentuada nas ações da empresa, após o anúncio de que a companhia distribuiria apenas dividendos regulares, sem contemplar proventos extraordinários. As ações ordinárias caíram 11,54%, atingindo R$ 36,50, enquanto as preferenciais tiveram uma derrocada de 11,27%, chegando a R$ 35,84.

A notícia já havia sido antecipada pelos ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras, que operavam em baixa significativa no pré-market da Bolsa de Nova York. Os ADRs equivalentes às ações ordinárias caíram 10,72%, a US$ 14,91, enquanto os correspondentes às preferenciais registraram uma baixa de 9,54%, a US$ 14,80.

Essa tendência negativa seguiu o movimento do dia anterior, quando os papéis da Petrobras também sofreram uma queda expressiva no after-market da NYSE, após os rumores – posteriormente confirmados – sobre a ausência de dividendos extraordinários.

A empresa informou que o Conselho de Administração aprovou a proposta de distribuição de dividendos regulares, equivalentes a R$ 14,2 bilhões, sem contemplar os proventos extras, para encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO) prevista para abril. Essa decisão, contudo, desapontou fortemente os investidores, que esperavam dividendos adicionais entre US$ 2,5 e 4,0 bilhões, além dos dividendos mínimos de US$ 3,4 bilhões.

Analistas expressaram preocupação com a estratégia da Petrobras, destacando que a falta de dividendos extraordinários impacta negativamente a atratividade das ações para os investidores. O JPMorgan, por exemplo, avaliou que essa decisão representa um golpe significativo na tese de retorno ao acionista da empresa, questionando a atratividade da história de investimento da Petrobras no cenário atual.