Presidente do Banco Central destaca ganhos de eficiência oriundos de reformas e seu impacto no crescimento econômico.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, destacou durante o Brazil Payments Forum que as surpresas positivas no crescimento econômico do Brasil podem ser resultado dos ganhos de eficiência provenientes das reformas estruturais realizadas nos últimos anos.
Embora as estimativas de crescimento potencial do PIB brasileiro tenham sido reduzidas para cerca de 1,8% após reformas e melhorias em diversos setores, Campos Neto sugere que a eficiência cumulativa das ações passadas possa estar contribuindo para as surpresas de crescimento recentes. Ele também mencionou a importância de um sistema de pagamentos transfronteiriços para melhorar o comércio exterior do país, ressaltando os esforços para internacionalizar o Pix.
Presidente do Banco Central explica relação entre reformas e surpresas positivas no crescimento econômico brasileiro
Durante o evento Brazil Payments Forum, organizado pelo JPMorgan em São Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, discutiu o impacto das reformas estruturais nos resultados econômicos do Brasil.
Ele observou que o país passou por uma série de reformas nos últimos anos, abrangendo áreas como previdência, trabalho, tributação, concessões e modernização de sistemas de pagamento.
Embora muitas dessas mudanças tenham sido implementadas de forma parcial, elas ainda resultaram em ganhos de eficiência que podem estar contribuindo para as surpresas positivas no crescimento econômico do país.
Campos Neto mencionou que, em um passado não tão distante, os economistas estimavam um crescimento potencial do PIB brasileiro em torno de 2,8%. No entanto, após a implementação das reformas e os desafios recentes, essa estimativa foi revisada para cerca de 1,8%.
O presidente do Banco Central enfatizou que esse número pode estar influenciado por diversos fatores, incluindo os impactos econômicos da pandemia.
Ele sugeriu que as surpresas positivas observadas no crescimento econômico nos últimos 15 meses podem ser atribuídas, em parte, a um ganho de eficiência cumulativo resultante das várias reformas e medidas que foram adotadas ao longo do tempo. Além disso, Campos Neto destacou a importância de melhorar os sistemas de pagamentos transfronteiriços para impulsionar o comércio exterior do Brasil.
Essa afirmação ocorre no contexto dos esforços do Banco Central para internacionalizar o Pix, um sistema de pagamentos instantâneos que tem o potencial de facilitar transações internacionais e fortalecer as relações comerciais do país.
Inflação, crescimento moderado da economia e endividamento das famílias devem manter o mesmo cenário, para os próximos meses
Mesmo com a queda da taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 13,25% ao ano, o Brasil continua no topo do ranking global de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou. Segundo a especialista em finanças, Carol Stange, o Banco Central deve continuar a reduzir os juros para controlar a inflação nos próximos meses, mas isso pode impactar o crescimento econômico. Para 2024, a previsão para a inflação subiu de 3,86% para 3,87%.
Segundo ela, para os próximos meses, as expectativas são de que a economia brasileira continue a crescer, mas em um ritmo mais moderado. O cenário econômico global e brasileiro tem mostrado sinais de recuperação nos últimos meses, no entanto, ainda há desafios a serem superados, como a alta inflação e a guerra na Ucrânia.
Mercado de investimentos/ações.
Os setores que devem se destacar nos próximos meses são aqueles ligados à infraestrutura, como energia, construção civil e logística. “Esses setores são beneficiados pelo crescimento econômico e pela necessidade de investimentos para melhorar a infraestrutura brasileira”, explica Stange. Outros setores que podem ser promissores são o agronegócio e o varejo.
O agronegócio deve se beneficiar da alta demanda global por alimentos e commodities e o varejo deve se beneficiar do aumento da renda das famílias e do retorno das pessoas às lojas físicas. Para quem não está endividado e já tem a reserva de emergência, é importante investir para garantir o futuro financeiro. Os investimentos podem ajudar a proteger o patrimônio contra a inflação e gerar renda. Algumas opções de investimentos para quem não está endividado e já tem a reserva de emergência são:
1.Fundos de investimento de renda fixa: são uma opção segura e conservadora, com rentabilidade atrelada à taxa de juros.
2.Fundos de investimento de renda variável: são uma opção mais arrojada, com potencial de retorno maior, mas também com risco maior.
3.Ações: são títulos que representam uma parte do capital de uma empresa.4.Investimentos imobiliários: são imóveis, como casas, apartamentos, terrenos e fundos imobiliários.
Para quem está poupando dinheiro, é preciso ter em mente que, no Brasil, investir em ativos que possam proteger o patrimônio contra a inflação é sempre relevante, explica Carol Stange.
Endividamento das familias
O endividamento da população brasileira vem crescendo nos últimos anos. Em junho de 2023, o total de dívidas das famílias brasileiras era de R$ 5,8 trilhões. A proporção de famílias endividadas no país saiu de 78,5% em junho para 78,1% em julho, queda de 0,4 ponto porcentual, primeiro recuo desde novembro de 2022, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).Mesmo com a primeira queda da taxa Selic que ocorreu em agosto, vai demorar um pouco ainda para que a população comece a sentir os efeitos, por exemplo, em relação à queda dos juros do cartão de crédito, empréstimos, facilidade para pagar as dívidas, entre outras.