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Ações da Plano & Plano: Vale a pena comprar?

A construtora Plano e Plano (PLPL3), está lançando ações nesta quinta-feira (17) no segmento Novo Mercado da B3. Acompanhe análise do perfil e dados do novo integrante da Bolsa de Valores.

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A construtora Plano & Plano (PLPL3), empresa controlada da Cyrela (CYRE3) fará lançamento de ações nesta quinta-feira (17) no segmento Novo Mercado da B3. Por conta da entrada da nova companhia, acompanhe análise do perfil e dados do novo integrante da Bolsa de Valores.

Origem e perfil da Plano & Plano

A história da empresa Plano & Plano (PLPL3) iniciou em 1997, cujo fundador foi Rodrigo Luna, hoje sócio-diretor da incorporadora. Nesse mesmo ano, Rodrigo Uhlendorff se tornou sócio da companhia.

A princípio, ela atuava como incorporadora e construtora de empreendimentos imobiliários de médio e alto padrão. Inclusive, no ano seguinte ao da fundação, a incorporadora começou a construção de 12 torres residenciais na zona norte da cidade de SP.

Anos mais tarde, em 2001, iniciava a parceria com a Caixa Econômica Federal para a modalidade de crédito associativo. Em seguida, em 2004, ela apresentou um case de sucesso com a construção do Vero City América, onde foi o primeiro caso de repasse na planta com agente financeiro privado.

Em seguida, um ponto chave aconteceu para a construtora: em 2006 a Cyrela (CYRE3) formou joint venture com a Plano & Plano (PLPL3) oferecendo expertise e suporte financeiro para melhorias na operação, completando quadro societário atual.

Dessa maneira, a participação societária é dividida em 28,57% para Rodrigo Luna, 21,43% para Rodrigo Uhlendorff e os 50% restantes para Cyrela (CYRE3).

Além disso, a ano 2009 marcou um passo importante, pois nesse ano a contrutora voltou suas operações para o Minha Casa, Minha Vida.

A partir daí, o foco foi direcionado para incorporação e construção de empreendimentos residenciais de baixa renda, segmento onde se apresenta como uma das maiores no Brasil.

Resultados e dados da Plano & Plano

De acordo com a Plano & Plano (PLPL3), a incorporadora já lançou mais de 38 mil unidades, acumulando mais de 2,43 milhões de m² construídos. Nessa linha, isso representou 7,5 bilhões acumulados em Valor Geral de Vendas (VGV).

Além disso o landbank atual é composto por 59 terrenos e tem potencial de VGV de R$ 10 bilhões.

As regiões de atuação da empresa são Maranhão, Rio Grande do Norte e principalmente São Paulo, em diversas regiões do Estado.

Conforme DRE da construtora, considerando o primeiro semestre de 2020, a Receita da companhia atingiu valor de R$ 395,5 milhões.

Vale acrescentar que 99,26% da Receita Bruta da empresa é proveniente do Minha Casa Minha Vida.

Em seguida, o Lucro Bruto para o período foi de R$ 147 milhões, sendo que o Lucro Líquido foi de R$ 49,3 milhões.

Sobre o endividamento da construtora, nos quatro últimos anos, ela vem apresentado crescimento. Sendo assim, a Dívida Bruta acumula R$ 352,4 milhões no primeiro semestre de 2020.

Considerando o segundo trimestre do ano, a Dívida Líquida foi de R$ 114,2 milhões. Caso seja considerado a relação dívida líquida / patrimônio líquido o resultado encontrado é de 0,79 para 2T20.

De acordo com a Suno Research, ela opera com altos níveis de alavancagem operacional, consequência dos arranjos de permuta que reduzem o capital necessário para começar as obras. Em contrapartida, enfrenta um maior passivo mais a frente ao entregar aos vendedores unidades prontas ou percentual das vendas.

Análise apresenta pontos relevantes da construtora

Segundo análise da Suno Research, os pontos a se observar são a equipe de gestão, modelo de operação, nível de ROE, endividamento e relação com o Minha Casa, Minha Vida.

Sobre o primeiro item, ela considera o time de executivos experientes, bem como bom suporte operacional e financeiro por parte da controladora Cyrela (CYRE3).

Nessa linha, o modelo permuta financeira faz a companhia operar em uma base de capital própria muito baixa, aumentado expressivamente o nível de Retorno sobre o Patrimônio (ROE – Return On Equity). No entanto, o relatório aponta expectativa que esse ROE não se mantenha, devido a competição do segmento e inflação dos insumos.

Em seguida, a dívida da Plano & Plano faz o modelo de operação ser altamente alavancado e mais arriscado considerando expectativa de que a taxa de juros não tem garantia de permanecer baixa pelos próximos anos, sendo um fator de risco.

Nesse sentido, o relatório também aponta a alta dependência das operações pelo Minha Casa, Minha Vida como um risco. De acordo com o documento, as companhias que trabalham nesse programa recebem proporcionalmente as atividades realizadas e não recebem em caso de atraso.

Aliado a isso, também existe a chance de paralisações das obras, pois a Caixa pode não ter recursos para financiamento em determinados momentos.

Ocorre que o financiamento é importante para a manutenção do capital de giro, sendo um ponto sensível da Plano & Plano (PLPL3).

Por fim, há ainda o risco do programa ser descontinuado em substituição um novo denominado “Casa Verde e Amarela”, evidenciando a sensibilidade para decisões governamentais.