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Plano "suicida" da economia Argentina irá afetar ações brasileiras?

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O recente “plano de choque” econômico anunciado pelo novo governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, inclui medidas drásticas como o corte de gastos públicos e uma significativa desvalorização cambial proposital. Essas ações, especialmente a mudança da taxa de câmbio do peso argentino de 365 para 800 por dólar, geram implicações diretas para algumas empresas brasileiras listadas na B3.

Banco do Brasil (BBAS3)

A exposição do Banco do Brasil à Argentina, através de sua subsidiária, o Banco Patagonia, no qual detém cerca de 80% de participação, pode ser impactada pela desvalorização cambial. Analistas do Bradesco BBI e JPMorgan indicam que o lucro do Banco do Brasil poderá ser afetado devido à participação relevante do Banco Patagonia em seus resultados. O JPMorgan, contudo, ressalta que, apesar do impacto, a situação pode ser menos grave do que a desvalorização cambial de 50% sugere, pois os bancos argentinos têm proteções contra a inflação e o câmbio.

Natura (NTCO3) e Mercado Livre (MELI34)

No setor de varejo e consumo, a Natura, com cerca de 10% de suas vendas na Argentina, pode enfrentar alguma volatilidade, mas o impacto nos lucros deve ser materialmente menor, segundo o JPMorgan. Quanto ao Mercado Livre, o Citi aponta um impacto mais significativo nas vendas e no EBIT, embora com um impacto mais limitado nos lucros, tendo em vista a capacidade da empresa de crescer acima da inflação.

Ambev (ABEV3)

A Ambev, com uma parcela significativa de seu EBITDA proveniente da Argentina, pode ver uma queda entre 8,5% e 9,75% no EBITDA e de 3,5% a 4,0% no lucro líquido, de acordo com análises do JPMorgan. A empresa poderia, contudo, ter ganhos extraordinários em títulos neste trimestre, que atenuariam o impacto.

Alimentos e Bebidas

Empresas do setor de alimentos e bebidas, como a Raízen (RAIZ4), também devem sentir o impacto da desvalorização cambial, estimado pelo BTG Pactual em -6% no EBITDA. Por outro lado, empresas como a Minerva (BEEF3), com foco na exportação, podem se beneficiar de um mercado mais competitivo e rentável para grãos e carne bovina devido ao peso argentino mais fraco.

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