Pontos nos "is": Bradesco esclarece investimento de R$ 2 bilhões após questionamentos da CVM

O Banco Bradesco anunciou um acordo de investimento de até R$2 bilhões nas distribuidoras de energia da Energisa no Nordeste, o que poderá resultar em uma participação de até 35% na holding. Saiba mais sobre os detalhes dessa operação e suas implicações no mercado.

---

O Banco Bradesco S.A. revelou recentemente um importante acordo que poderá moldar seu futuro envolvimento no setor de energia elétrica. A instituição financeira assinou um memorando de entendimentos não vinculante com a Energisa S.A., estabelecendo os termos e condições para um investimento de até R$2 bilhões nas distribuidoras de energia da Energisa no Nordeste do Brasil. Este investimento tem o potencial de resultar em uma participação de até 35% na Energisa Participações Nordeste S.A. (EPNE), a holding controladora das distribuidoras de energia nos estados da Paraíba e Sergipe.

O anúncio desse acordo veio em resposta a uma notícia veiculada no portal “Época Negócios” em 26 de outubro de 2023, que afirmava que o Bradesco assinou o memorando para investir nas distribuidoras da Energisa. O memorando define os termos gerais da operação, mas a concretização do negócio está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A Operação em questão é vista pelo Bradesco como uma típica carteira de investimento e representa aproximadamente 1% do seu Patrimônio Líquido, que estava em R$166,5 bilhões em agosto de 2023, de acordo com suas Demonstrações Contábeis Consolidadas sob o padrão IFRS. Dessa forma, o banco não considera que a assinatura do memorando deva impactar significativamente a cotação de seus valores mobiliários nem influenciar a decisão dos investidores em relação à manutenção desses valores em suas carteiras ou ao exercício de quaisquer direitos associados a eles.

A transação é vista como uma oportunidade para o Bradesco fortalecer sua posição no mercado de energia, especialmente no Nordeste do Brasil, uma região em crescimento constante. No entanto, é importante ressaltar que o banco não terá controle sobre as distribuidoras de energia, já que sua participação na EPNE será minoritária.

Segundo o memorando, a Operação contribuirá para reforçar a capacidade financeira da Energisa e robustecer sua estrutura de capital. Isso sugere que a Energisa pretende utilizar os recursos obtidos com o investimento do Bradesco para impulsionar seu crescimento e expandir suas operações nas regiões da Paraíba e Sergipe. A energia elétrica é um setor estratégico para o desenvolvimento econômico e social, e o investimento do Bradesco poderá contribuir para a melhoria da infraestrutura e dos serviços de energia nessas áreas.

Vale destacar que, apesar de não ter controle direto sobre as distribuidoras de energia, o Bradesco poderá desempenhar um papel importante como investidor e acionista da EPNE. Sua presença na holding poderá influenciar decisões estratégicas e contribuir para o desenvolvimento sustentável das operações da Energisa no Nordeste.

No entanto, a concretização dessa operação está sujeita a aprovação regulatória. O Cade e a Aneel desempenharão um papel fundamental na avaliação e autorização do negócio. Essas entidades têm a responsabilidade de garantir a concorrência justa e o cumprimento das regulamentações do setor elétrico. Portanto, o Bradesco e a Energisa devem cumprir todos os requisitos estabelecidos por esses órgãos reguladores para que a Operação seja concluída com sucesso.