- Contratos futuros do cacau em Nova York caem até 3,9% hoje, atingindo US$ 9,150 por tonelada.
- Tendência de queda reflete preocupações com oferta global, especialmente na África Ocidental.
- Aumento nos salários dos agricultores na Costa do Marfim e possíveis medidas em Gana podem impulsionar a produção.
- Analistas do Citigroup sugerem que alta de março foi mais por momento do que mudanças fundamentais.
- Equipe do JPMorgan projeta queda média no preço do cacau, estimando cerca de US$ 6.000 por tonelada.
Os contratos futuros do cacau em Nova York registraram uma queda de até 3,9% hoje (4), atingindo o valor de US$ 9,150 por tonelada. Além disso, o número de contratos futuros pendentes continua a diminuir, agora em seu nível mais baixo desde 2020.
Informações publicadas em Bloomberg Línea dão conta que a cotação do cacau continua sua tendência de declínio pelo terceiro dia consecutivo, após uma impressionante valorização ao longo deste ano, que levou os preços a mais do que dobrarem e alcançarem recordes sucessivos até a segunda-feira pós-Páscoa. Esta queda é impulsionada por preocupações crescentes relacionadas à oferta global do produto.
Há expectativas de um possível aumento na oferta, principalmente na África Ocidental, devido às perspectivas de elevação nos salários dos agricultores. A Costa do Marfim já aumentou os preços ao produtor em 50%, enquanto Gana está considerando medidas semelhantes. A expectativa é que esse aumento de renda nos dois maiores produtores mundiais de cacau incentive os fazendeiros a expandir a produção e a investir mais em suas plantações.
O que dizem os analistas:
A publicação da Bloomberg Línea ainda revela que os analistas do Citigroup, incluindo Aakash Doshi, sugerem que a rápida alta de preços observada na segunda metade de março, de US$ 8.000 para US$ 10.000 por tonelada, pode ter sido mais impulsionada pelo momento do que por mudanças fundamentais no mercado. Eles indicam que os próximos dois meses podem representar um ponto de inflexão no ciclo de alta dos preços do cacau.
Por outro lado, uma equipe de analistas do JPMorgan, incluindo Tracey Allen, estima que o preço do cacau provavelmente cairá no médio prazo, embora permaneça historicamente alto, com uma projeção em torno de US$ 6.000 por tonelada.