Procon-SP recebeu mais de mil queixas na Black Friday, com destaque para problemas de entrega e preços. Magazine Luiza lidera reclamações.
A Black Friday deste ano foi marcada por um volume expressivo de reclamações registradas pelo Procon-SP. Mais de mil consumidores reportaram diversos problemas, principalmente relacionados a atrasos e não entrega de produtos. Dentre as empresas mais citadas, Magazine Luiza, Netshoes e Época Cosméticos lideraram o ranking de queixas, somando 76 reclamações.
Outras grandes varejistas como Mercado Livre, Casas Bahia, Extra e Ponto Frio também foram mencionadas. Além disso, houve um número significativo de reclamações sobre a maquiagem de descontos e mudanças de preço no momento da finalização da compra.
Magazine Luiza lidera lista de reclamações do Procon-SP na Black Friday
A Black Friday de 2023 entrou para a história como uma das mais problemáticas em termos de satisfação do consumidor, conforme apontam os dados do Procon de São Paulo. O órgão registrou um número alarmante de mais de mil reclamações, com a maior parte delas focada na não entrega ou atraso na entrega de produtos, representando 36% do total de registros.
Entre as empresas mais citadas, Magazine Luiza, Netshoes e Época Cosméticos foram as que mais receberam reclamações, totalizando 76 queixas, o que corresponde a 7,55% do total. Seguindo de perto, o Mercado Livre registrou 39 reclamações, enquanto Casas Bahia, Extra e Ponto Frio somaram 35 queixas cada. O Carrefour e as empresas de telefonia Claro, NET, Embratel e Nextel também figuraram na lista de reclamações.
Além dos problemas de entrega, os consumidores se queixaram de maquiagem de desconto (150 reclamações) e mudança de preço no momento da finalização da compra (129 queixas). Houve também relatos de pedidos cancelados após a finalização da compra e problemas com produtos entregues de forma incorreta, incompleta ou danificados.
Esses dados refletem a crescente necessidade de melhorias no setor de varejo, especialmente em períodos de grande demanda como a Black Friday. O Procon-SP continua a monitorar e a orientar os consumidores, buscando garantir que seus direitos sejam respeitados.
Desempenho fraco na Black Friday 2023, exceto para Mercado Livre e Magalu
Além da alta nos níveis da reclamação do mercado, a Black Friday de 2023 entrou também para a história como um dos períodos de vendas mais fracos do comércio eletrônico brasileiro. Segundo o jornal Valor Econômico, o evento registrou uma queda de 15,1% nas vendas online em comparação com o ano anterior, ou seja, 2022, marcando o segundo pior desempenho do evento desde a introdução da Black Friday no Brasil há 13 anos.
O recuo nas vendas é atribuído a diversos fatores, incluindo o aumento do endividamento das famílias brasileiras e promoções menos atraentes do que o esperado. Além disso, a alta da taxa Selic, atualmente em 12,25%, tem impactado a estratégia dos varejistas, que limitaram o número de produtos em promoção para proteger a rentabilidade e reduzir o custo de capital com estoques parados.
Apesar desse cenário desfavorável, algumas empresas conseguiram se destacar. O Mercado Livre, por exemplo, anunciou um crescimento anual de 80% nas vendas brutas durante a Black Friday, um recorde para a empresa. Já a Magazine Luiza (Magalu), outro exemplo, teve a Black Friday mais rentável de sua história, adotando estratégias inovadoras como lives no YouTube com influenciadores e celebridades, apesar dos altos níveis de reclmações.
Esses resultados mistos refletem a complexidade do mercado atual, onde algumas empresas conseguem se adaptar e prosperar mesmo em tempos desafiadores, enquanto outras enfrentam dificuldades para atrair consumidores.