Nesta sexta-feira (9) foi anunciado pelo presidente eleito Lula(PT), que Fernando Haddad será o ministro da Fazenda do próximo governo. Mas quem é Haddad e quais os escândalos envolvendo o seu nome?
O nome do ex-prefeito de São Paulo já era ventilado desde o início da transição, porém, sofria resistências no mercado financeiro e, até mesmo, de aliados de Lula. Assim, resolvemos listar aqui alguns dos escândalos envolvendo o nome do novo ministro da Fazenda.
Uma curiosidade sobre Haddad é que ele foi eleito o pior prefeito que São Paulo já teve, sendo avaliado por 45% dos paulistanos como ruim ou péssimo e por 35% como regular, Haddad é o prefeito com a pior avaliação desde Celso Pitta.
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Virou réu por corrupção e lavagem de dinheiro
Em 2018, o portal G1, noticiou que Haddad virou réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após o juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Barra Funda, aceitar a denúncia proposta pelo promotor Marcelo Mendroni, do Gedec, Grupo Especial de Delitos Econômicos.
A denúncia aponta que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, negociou, em nome de Haddad, para que uma empreiteira pagasse dívida de campanha com propina de contratos da Petrobras. De acordo com a denúncia, entre abril e maio de 2013, Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da empreiteira UTC Engenharia S/A, recebeu um pedido de Vaccari da quantia de R$ 3 milhões. O valor serviria para o pagamento de uma dívida de campanha do então recém-eleito prefeito Fernando Haddad, contraída com gráfica que pertencia a ex-deputado estadual do PT Francisco Carlos de Souza, o Chicão.
Foi condenado pela Justiça Eleitoral por falsidade ideológica para fins eleitorais
Haddad, também foi condenado, em 2019, pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais. A sentença, proferida pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Francisco Carlos Inouye Shintate, fixou pena de quatro anos e seis meses de reclusão no regime semiaberto. De acordo com a sentença, houve 258 declarações falsas de despesas com gráfica na prestação de contas do então candidato Fernando Haddad na campanha para a Prefeitura de São Paulo de 2012.
Haddad responde a processo por ciclovia superfaturada
Esse ano, o então candidato ao Governo de São Paulo virou réu em uma ação civil pública de improbidade administrativa na qual é suspeito de envolvimento em irregularidades na implantação da ciclovia Ceagesp–Ibirapuera. Segundo o que noticiou o portal R7, a obra, realizada quando ele era prefeito de São Paulo, tem 12,4 quilômetros de extensão e foi contratada sem licitação. Segundo o MP, a ciclovia teria sido superfaturada: cada quilômetro saiu por mais de R$ 4 milhões, ou quase seis vezes mais do que foi pago à mesma construtora em governos anteriores.
Gestão Haddad contrata empresa sem licitação e que dá calote em funcionários
Outro fiasco da gestão Haddad foi a contratação da empresa, IABAS, investigada por desvios milionários na saúde no RJ e SP. A empresa foi contratada sem licitação pela Prefeitura de São Paulo, ainda em 2016, para gerenciar unidades de saúde nas regiões norte e central da capital. O contrato inicial era de cinco anos.
Na véspera do primeiro turno da eleição de 2016, além dos R$ 219 milhões recebidos pela empresa no contrato inicial, os valores sofreram um acréscimo de R$ 5,7 milhões, para que a IABAS assumisse o pagamento dos hotéis na Cracolândia que a prefeitura oferecia aos usuários de crack, dentro do Programa Braços Abertos. O programa foi encerrado e uma grande investigação policial descobriu que os hotéis que recebiam dinheiro da prefeitura haviam se transformado em base e esconderijo de drogas e armas dos traficantes.
Diretores do IABAS nos dois estados foram presos, suspeitos de integrar organização criminosa e desvios de verbas nos contratos de gestão das unidades de saúde no Rio de Janeiro. Segundo o portal R7, desde a assinatura do contrato até março de 2021, o IABAS recebeu R$ 596 milhões dos cofres da Prefeitura de São Paulo.
Ex-assessor técnico no Gabinete de Haddad é investigado sob suspeita de ligação com o PCC
O advogado Vítor Marques, que também é sócio de um dos escritórios que prestam serviços para a campanha de Fernando Haddad, foi alvo da Operação Nerthus, que descobriu um esquema de loteamento clandestino em área de preservação ambiental que seria comandado pela facção criminosa PCC. Para os promotores, havia fortes indícios de que o advogado estaria envolvido com os investigados. Tanto que ele foi um dos alvos da Operação Nerthus.
De acordo com a Receita Federal, Vítor Marques é sócio do escritório Caires, Marques & Mazzaro Sociedade de Advogados. É um dos três escritórios de advocacia que constam na prestação de contas da campanha de Fernando Haddad ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP). Recebeu R$ 110 mil, em 31 de agosto, por serviços advocatícios.