A Natura&Co anunciou nesta segunda-feira (03/04) a venda da marca australiana de cosméticos Aesop para a L’Oréal, em uma transação que envolve um enterprise value de US$ 2,5 bilhões. A venda da marca permitirá à Natura&Co quase zerar sua dívida bruta e concentrar esforços na integração da Avon na América Latina e no turnaround da The Body Shop.
Fundada em 1987, a Aesop tem 395 pontos de venda em 29 mercados, com destaque para a Austrália, e faturou US$ 537 milhões em 2022. A marca é conhecida por seus produtos de alta qualidade e embalagens icônicas, além de uma forte presença no mercado de fragrâncias.
A transação é vista como uma jogada estratégica da L’Oréal para fortalecer sua posição no mercado de cuidados pessoais e expandir sua presença na região Ásia-Pacífico, onde a Aesop tem forte atuação. A empresa francesa já havia comprado em 2016 a marca americana de cuidados com a pele IT Cosmetics por US$ 1,2 bilhão.
Para a Natura&Co, a venda da Aesop significa um importante passo para reduzir sua dívida, que ao final de 2022 estava em R$ 13,8 bilhões. A empresa planeja utilizar parte dos recursos da venda para quitar dívidas e outra parte para financiar seus projetos de crescimento e expansão.
A transação ocorre em um momento desafiador para a Natura&Co, que tem enfrentado dificuldades no mercado devido aos efeitos da pandemia e a competição acirrada. No entanto, a venda da Aesop deve trazer um alívio financeiro significativo para a empresa, que terá um retorno expressivo sobre o investimento feito na marca em 2013, quando a adquiriu por US$ 100 milhões.
A notícia da venda da Aesop para a L’Oréal foi bem recebida pelos investidores, com a cotação da ação da Natura&Co registrando alta de 2,42% no dia 03/04, cotada a R$ 13,57. A transação ainda está sujeita à aprovação das autoridades regulatórias e deverá ser concluída até o final de 2023.
A cotação da ação da Natura&Co apresentou alta de 2,42% nesta segunda-feira (03/04), alcançando o valor de R$ 13,57. Apesar da notícia da venda da Aesop já no fechamento do pregão, a ação ainda negocia próxima da mínima histórica, refletindo a cautela dos investidores diante das incertezas econômicas e do impacto da pandemia na indústria de cosméticos.
A expectativa é que a venda da Aesop possa trazer resultados positivos para a Natura&Co no longo prazo e, assim, impulsionar a valorização da empresa na Bolsa.