- O real ocupou a 7° posição entre as 10 moedas mais desvalorizadas do ano
- Isto, de acordo com um levantamento divulgado pela agência classificadora de risco Austin Rating
- Desde 1994, o real registra uma queda de 9,5% no ano até o fechamento dos mercados na última terça-feira (11)
O real figurou entre as dez moedas que mais se desvalorizaram em relação ao dólar em 2024. Isto, de acordo com um levantamento divulgado nesta quarta-feira (12), pela agência classificadora de risco Austin Rating. Ainda, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC).
A moeda brasileira ocupou a 7ª posição entre as que mais perderam valor este ano.
Desde 1994, o real registra uma queda de 9,5% no ano até o fechamento dos mercados na terça-feira (11). As preocupações com o cenário fiscal brasileiro têm sido um dos principais fatores dessa desvalorização. Em um dia marcado pela divulgação do IPCA de maio, que veio abaixo das expectativas, o dólar à vista encerrou a terça-feira cotado a R$ 5,35.
De acordo com o ranking ao qual o Terra teve acesso, o real teve desvalorização menor em comparação com apenas sete moedas em relação ao dólar norte-americano: Nigéria (42,8%), Egito (35%), Sudão do Sul (29%), Gana (20,1%), Argentina (10,5%) e Japão (10,1%).
Além do real, as moedas da Turquia (8,7%), México (8,1%) e Suíça (6,8%) estão entre as dez que mais se desvalorizaram.
Comparativo com o dólar hoje
Na última quarta-feira (12), o real se desvalorizou ainda mais, com o dólar fechando em alta pelo quarto dia consecutivo. A alta foi impulsionada pela repercussão das declarações do presidente Luiz Inácio Lula e pela decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, sobre os juros norte-americanos.
O dólar subiu 0,86%, atingindo a marca de R$ 5,40. Este, portanto, é o maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023, quando encerrou em R$ 5,45. Desde aquela data, um dos primeiros dias do governo Lula, o dólar, contudo, não fechava acima desse patamar.
Dólar atinge R$ 5,42 em disparada no mercado financeiro
O dólar reverteu sua tendência e registra uma forte alta nesta quarta-feira (12), à medida que os investidores reagem às declarações do presidente Lula. Estas, durante um evento realizado no Rio de Janeiro hoje.
Lula enfatizou que não consegue discutir economia sem “colocar a questão social na ordem do dia”, destacando que o “mercado financeiro não é uma entidade abstrata, separada da política e da sociedade”. Suas observações geraram reações nos mercados. Assim, com os investidores analisando o impacto das políticas econômicas e sociais do governo.
Essa mudança de perspectiva do mercado em relação à economia pode estar influenciando o aumento da volatilidade cambial. E, ainda, resultando em uma alta significativa no valor do dólar em relação ao real. Os investidores estão, portanto, agora atentos aos desdobramentos das políticas econômicas e sociais anunciadas pelo governo, aguardando por mais detalhes e clareza sobre o cenário econômico futuro.
A declaração do presidente Lula chega em um momento de crescente cautela entre os investidores em relação à situação fiscal do Brasil, enquanto o governo enfrenta pressão para reduzir gastos públicos.
Paralelamente, o Ibovespa, principal índice acionário da B3, registra uma forte queda, refletindo a preocupação dos investidores com o cenário econômico e político atual. Este declínio, contudo, pode indicar uma reavaliação do mercado. Ainda, sobre os rumos da economia nacional e as políticas governamentais em curso.