Para ajudar a conter a inflação, o Governo Federal reduziu os impostos de importação de 11 produtos até 31 de dezembro deste ano. Entre eles, a farinha de trigo, milho em grãos, carnes desossadas de bovinos congeladas, tiveram seus impostos zerados.
Segundo Yvon Gaillard, economista e co-fundador da Dootax, startup pioneira em otimizar as rotinas fiscais, o imposto de importação basicamente é criado ou para incentivar alguma demanda específica do mercado interno ou para proteger algum setor específico do mercado interno.
“Ele funciona como um mecanismo de proteção para a economia do país. Essa é a principal função do imposto de importação. Nesse momento econômico, e isso é um ponto importante na economia, a gente tem uma série de variáveis que precisam ser avaliadas para redução de preço. Claro, uma das variáveis mais importantes é o custo do produto, se eu consigo reduzir o custo desse produto naturalmente é possível um impacto de redução de preço para o consumidor”
Afirma o economista.
Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, a política de preços está sendo alterada para aumentar a concorrência sobre os produtos nacionais.
“Obviamente um imposto mais elevado encarece o preço do produto aqui no Brasil. Então, a redução do imposto de importação basicamente é pra você aumentar a competição e diminuir a pressão sobre a inflação”, a
Afirma Costa.
O aço também foi um dos produtos que teve o imposto reduzido, saindo de 10,8% para 4%.
“Com relação ao aço, somos um país que exporta minério e importa aço da China. Esse aço mais barato tenderia a baixar o custo da construção civil aqui. O problema é que você tem alguns problemas envolvidos. A China está com um problema de acesso, obviamente, a logística na China está prejudicada. Segundo, você baixando esse “protecionismo” da indústria nacional você pode ter um problema aqui com essa indústria. Mas não é o caso, dado que essa redução traria pouco impacto aqui no país”
Explica Jansen.
Segundo Galliard, a redução dos preços pode causar um impacto inicial, mas não será duradouro.
“Porque a guerra ainda está longe do fim, o preço do petróleo está muito volátil, a economia global ainda sofre com o desabastecimento em massa, há um anseio global sobre a inflação e em todo tipo de inflação, combustíveis, alimentos, produtos, bens duráveis, que os governos estão respondendo com o aumento da taxa de juros. É um band-aid para uma ferida de bala, não vai resolver o problema, acho que vai trazer um impacto de curtíssimo prazo, mas a médio prazo, a longo prazo não é a solução definitiva”
Explica.
Já para Costa é necessário que seja aumentada a quantidade de investimentos no país, o que ajudaria a diminuir a proteção de carga tributária elevada para alguns setores.
“É importante deixar claro, que alguns setores da economia aqui são favorecidos por questões de proteção e nem todos tem isonomia na questão tributária, ou seja, algumas indústrias têm vantagens de se instalarem aqui, outras não. Então, se a gente criar uma condição para que todas tenham a mesma condição favorável, talvez o Brasil volte e acelere ainda mais o seu crescimento aqui”
Finaliza o especialista em finanças.