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Renda fixa local tem viés positivo em julho, afirma Santander

Para gestora de recursos do Santander Brasil, Selic vai encerrar 2024 em 10,5% ao ano e cair para 9,5% em 2025.

Tesouro Renda 5
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Para gestora de recursos do Santander Brasil, Selic vai encerrar 2024 em 10,5% ao ano e cair para 9,5% em 2025.

A decisão unânime do Banco Central pela manutenção do patamar de juros em 10,50% reduziu alguns ruídos de curto prazo, mas as incertezas em relação à condução da política fiscal continuam tendo impacto no mercado de juros. A avaliação está na carta mensal de julho da Santander Asset Management Brasil (SAM), divulgada hoje.

“Apesar da indefinição do cenário à frente, acreditamos ser baixa a probabilidade de novas altas na taxa Selic e, nos patamares atuais, ainda enxergamos algum prêmio na curva de juros”, afirma a gestora de recursos do Santander Brasil, que adotou visão neutra com viés positivo para o mercado local de renda fixa.

Para o crédito privado, o posicionamento da casa segue neutro. Apesar da indústria de fundos de crédito privado seguir bastante aquecida, com alta procura dos investidores, os spreads dos títulos já estão em níveis de baixa atratividade, diz a asset do Santander.

Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, quando o BC manteve a Selic estável, a SAM mudou sua projeção de taxa básica de juros para o final de 2024, de 10,25% para 10,5%. A estimativa para o fim de 2025 continua em 9,5%.

Segundo a gestora, o cenário doméstico ainda apresenta nível de incerteza mais elevado do que o usual, o que explica a última decisão do Copom e também o discurso mais conservador da autoridade monetária sobre seus passos seguintes. Assim, avalia a SAM, os juros devem ser mantidos neste nível até dezembro.

Já o comportamento das expectativas de inflação segue desconfortável, observa a Santander Asset, com as projeções em tendência de aceleração. A casa prevê alta de 3,8% e 3,7% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 e 2025, respectivamente.

“Por fim, a atividade mantém uma trajetória sólida, e não traz sinais claros que suportem uma tendência de queda de juros”, afirma a SAM.

Para a Santander Asset, o patamar elevado de juros no Brasil e também nos EUA retira a atratividade de investimentos em ativos de risco. Por isso, a SAM segue com visão neutra para a Bolsa local, embora  o valuation das empresas e as projeções de lucros continuem construtivos.

“Ainda não observamos fluxo relevante do investidor estrangeiro na Bolsa local e seguimos com poucos gatilhos que possam impactar positivamente o Ibovespa no curto prazo.”