A Sabesp está livre para encontrar a sua vocação, que é ser a maior plataforma de saneamento do mundo, afirmou o governador na B3.
Nesta terça-feira (23), Augusto Miranda, presidente da Equatorial, afirmou que a empresa tem o compromisso de transformar a Sabesp em uma “grande plataforma nacional de investimento em saneamento”.
Segundo informações, Miranda destacou os resultados da Equatorial nos últimos anos e sua experiência no setor de distribuição de energia elétrica. O executivo ressaltou o “histórico relevante de recuperação de ativos de baixa eficiência”, a “imagem sólida” da companhia e o acesso que o grupo tem a financiamento a condições atrativas.
O governador da B3, Tarcísio de Freitas, disse que a Sabesp está “livre para ser a maior plataforma de saneamento do mundo” após a conclusão do processo de privatização da companhia. O processo, prometido pelo governador ainda no processo eleitoral de 2022, é a maior entrega de sua gestão até agora.
“A Sabesp está livre para encontrar a sua vocação, que é ser a maior plataforma de saneamento do mundo”, afirmou o governador na B3, sede da bolsa de valores, no centro da cidade de São Paulo.
Venda de ações da Sabesp levanta mais de R$ 14,77 bi
O Estado de São Paulo arrecadou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da Sabesp (SBSP3). Marcando a privatização da maior companhia de saneamento do Brasil. A oferta definiu o preço das ações em R$ 67 e incluiu a emissão de um lote suplementar de cerca de 28,8 milhões de papéis.
A operação atraiu uma ampla gama de investidores. Foram 17.572 investidores pessoa física que adquiriram 21.876.433 ações, 390 investidores estrangeiros que compraram 43.292.772 ações, e 1.007 fundos de investimento que obtiveram 38.492.273 ações. No total, a venda envolveu 220.470.000 ações da empresa.
Além disso, a Equatorial Energia (EQTL3), que anteriormente tinha uma presença limitada no setor de saneamento apenas no Amapá, tornou-se um investidor estratégico da Sabesp no final de junho. A Equatorial adquiriu uma participação de 15% na companhia em um investimento de aproximadamente R$ 7 bilhões, sem enfrentar concorrência significativa na transação.
Esta venda não só representa um marco importante na privatização da Sabesp, mas também sinaliza uma nova fase na estruturação e no perfil de investidores da maior empresa de saneamento do Brasil.
PRIVATIZAÇÃO DA SABESP TEM RECORDE DE INVESTIDORES E VOLUME
A privatização da Sabesp (SBSP3) se destaca como a maior oferta de saneamento da história do Brasil. A operação movimentou R$ 14,8 bilhões, com a Equatorial (EQTL3) subscrevendo R$ 6,9 bilhões.
A Equatorial adquiriu 15% da Sabesp a R$ 67 por ação, totalizando 191,7 milhões de ações vendidas, além de um lote adicional de 28,7 milhões de ações, também a R$ 67 cada. A oferta atraiu 310 investidores institucionais.
Na quinta-feira (18), os organizadores alocaram as ações entre os investidores participantes da oferta. A demanda total pelas ações da Sabesp atingiu R$ 187 bilhões, estabelecendo um recorde para uma oferta pública no Brasil. Dessa demanda, 53% vieram de investidores estrangeiros, enquanto o restante foi de gestoras locais.
O BTG Pactual liderou a coordenação da oferta, em conjunto com Itaú BBA, Citi, Bank of America e UBS BB. Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, JSafra, Santander e XP também participaram da operação.
Eles realizarão a liquidação da oferta na próxima segunda-feira (22). Está prevista uma solenidade na B3 para marcar a privatização da companhia. Espera-se a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, da Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, e de representantes dos bancos coordenadores.
Equatorial, a referência
A Equatorial foi qualificada no final do mês passado como investidor de referência na privatização da Sabesp. A empresa de energia, contudo, foi a única a apresentar uma proposta por 15% da companhia de saneamento paulista.
Para pagar os R$ 6,9 bilhões ao governo de São Paulo, a Equatorial obteve, no entanto, um empréstimo-ponte em quatro bancos, com prazo de 18 meses.
Simultaneamente, a empresa emitiu e liquidou notas comerciais na terça-feira (16), que serão usadas como garantia nos empréstimos. Os bancos envolvidos, no entanto, na emissão das notas são Itaú BBA, Safra, UBS BB e Bradesco BBI.