Segundo dados do estudo de remuneração para 2024 divulgados pela Michael Page, 84% dos 6.647 candidatos entrevistados apontaram o salário como o principal motivador para aceitar uma nova oportunidade de emprego. A pesquisa ainda ouviu 3.844 empresas, em sua maioria com operações no Sudeste do país. Em um mundo cada vez mais competitivo é natural que o colaborador se questione cada vez mais sobre a valorização profissional, se o local de trabalho corresponde às suas expectativas e se a sua remuneração está dentro do mercado.
Com uma onda inflacionária nos preços, juros cada vez mais altos e poder de compra enfraquecido, o questionamento por parte do profissional se o seu salário atual é realmente suficiente é cada vez mais constante. 71% dos entrevistados indicam que o salário é o elemento mais importante no emprego atual. A base ainda aponta que 37,6% das empresas não planejam aumentos salariais em 2024, além do dissídio e a maioria que aumentarão os salários no próximo ano, planejam um acréscimo de 6%.
Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, o profissional deve ter um planejamento financeiro eficaz ao buscar uma nova oportunidade de emprego.
“A consciência de gastos nessa situação prepara a pessoa para longos períodos, evitando futuros endividamentos, já que ao trocar de empresa normalmente ficasse sem salário por um mês”.
Lamounier ressalta que nessa situação os profissionais só devem recorrer às linhas de créditos em casos de extrema necessidade, já que os juros estão em alta e antecipam as dívidas do próximo mês.
Do ponto de vista das empresas, os custos em geral também aumentaram e elas também estão sofrendo com a onda inflacionária e em muitos casos dificultando o aumento salarial.
Embora o salário seja o motivo mais importante, não é o único fator de influência. O segundo motivo de mais interesse nos profissionais na hora de trocar de emprego, apontada pela pesquisa é a flexibilidade no trabalho. 82% dos profissionais acreditam que a semana de 4 dias úteis aumentaria seu bem-estar e felicidade e 61% das empresas acreditam que a aumentaria a produtividade. Vale ressaltar que este modelo de trabalho de 4 dias úteis, requer amadurecimento da sociedade e que seria um projeto a médio-longo prazo. Na outra mão, 40% dos escritórios pretendem fazer algum ajuste ou adaptação para 2024, seja para reduzir, reformar, expandir ou mudar de localização.
Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional – líder no segmento de saúde e segurança do trabalho, a flexibilidade está ligada de forma direta à saúde mental e ao bem-estar do colaborador.
“Hoje, a maior parte das demissões ocorre por conta da produtividade. E não podemos falar de métricas, sem falar do esgotamento mental. Um colaborador que sofre de doenças como ansiedade, depressão e estresse, tende a ter um turnover muito menor em relação aos outros”, diz.
Analisando a performance dos entrevistados, 46% dos candidatos se consideram mais produtivos trabalhando em casa, mas 42% das empresas não monitoram a produtividade do remoto. Como atingir um equilíbrio é a grande premissa para 2024, já que 55% declararam trabalhar mais de 8h por dia.
“Quando falamos de saúde ocupacional, a principal dúvida é se, de fato, os funcionários vão utilizar essa folga para descanso e se as demandas vão ficar equilibradas nos outros dias. Com entregas acumuladas, o estresse pode se transformar em algo maior e desencadear outras doenças. Os gestores precisam ficar atentos a todos os detalhes”, explica Araujo.
E-mail não é mais o principal meio de comunicação da liderança. 71,5% das empresas indicaram plataformas de mensagens como o WhatsApp, Teams e Skype, como as mais adotadas.