A inflação, principal motivo das seguidas elevações da taxa de juros no Brasil, ainda está longe de dar uma trégua para o bolso dos consumidores.
Os preços devem continuar pressionando até, pelo menos, o início do segundo semestre deste ano. Higor Vieira, assessor de investimentos da Blue3 explica porque as seguidas altas na Selic que chegou a 11,75% nesta quarta-feira, 16 — ainda não surtiram efeito no combate à inflação.
“O principal motivo é a questão internacional. Com os conflitos na Rússia, o preço dos alimentos, dos combustíveis e de outros ativos naturais têm sido pressionados para a alta no mundo todo. E no Brasil, a inflação, infelizmente, não é pressionada pelo aumento da demanda, e sim, porque os preços sobem. Com isso, o movimento de alta nas taxas de juros encontra dificuldades para controlar a inflação, pelo menos de forma mais rápida, como ocorre em outros países”, diz.
Ele explica que, com a alta de juros, o custo do dinheiro fica mais alto. O que encarece o crédito, o que reduz os níveis de compra e, como consequência, abaixa os preços. Mas, esse movimento ainda aconteceu por conta das pressões externas, com alta no petróleo e gás natural.
“Os acontecimentos recentes na Rússia afetam o mundo inteiro. Precisamos acompanhar de perto nos próximos meses para verificar se esses ajustes acontecem e temos algum controle da inflação”, conclui.