Fraude milionária contra a Previdência envolve servidores e criação de indígenas falsos; Polícia Federal investiga esquema.
Uma investigação da Polícia Federal revelou uma fraude milionária contra a Previdência Social, envolvendo a criação de indígenas falsos e a participação de servidores da Funai e uma funcionária de um cartório. A quadrilha usava documentos falsos para criar aposentados fictícios, sacando o dinheiro e obtendo empréstimos consignados.
A fraude, que pode ter causado um prejuízo de R$ 64 milhões aos cofres públicos, ocorreu em pelo menos 48 aldeias, com a criação de 552 indígenas falsos.
A investigação da PF comparou impressões digitais para confirmar a fraude e os suspeitos poderão responder por falsificação de documentos, estelionato previdenciário e associação criminosa.
Esquema de fraude milionária contra a Previdência Social é desarticulado pela Polícia Federal em Mato Grosso
A Polícia Federal desarticulou um esquema de fraude milionária contra a Previdência Social, que pode ter causado um prejuízo de R$ 64 milhões aos cofres públicos. A investigação revelou que uma quadrilha usava documentos falsos em nomes de indígenas para criar aposentados fictícios, sacando o dinheiro indevidamente e obtendo empréstimos consignados. O caso veio à tona após uma operação realizada em Mato Grosso, que teve como alvo servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Primavera do Leste e uma funcionária de um cartório.
O esquema fraudulento envolvia a emissão de registros administrativos de nascimento de indígenas, o que possibilitava a obtenção de certidões de nascimento, CPF, carteira de identidade e benefícios sociais, como a aposentadoria.
A investigação apontou que a fraude ocorreu em pelo menos 48 aldeias, com a criação de 552 indígenas falsos. Em alguns casos, os envolvidos tinham até 30 anos a mais do que a idade verdadeira. Após obterem os documentos falsos, os suspeitos davam entrada no pedido de aposentadoria no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Para comprovar o esquema fraudulento, a Polícia Federal comparou as impressões digitais dos indígenas com as fotos e informações presentes nos documentos de identificação. Essa análise permitiu confirmar que mais de uma pessoa tinha mais de uma documentação, evidenciando a criação de identidades falsas.
A Fundação Nacional do Índio informou que está colaborando com as investigações e que os funcionários envolvidos no esquema estão afastados. O Ministério da Previdência Social também destacou que participou da operação e está colaborando com o intercâmbio de informações.
Os investigados poderão responder pelos crimes de falsificação de documentos, estelionato previdenciário, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação do Governo Federal. Caso sejam condenados, a pena pode chegar a 15 anos de prisão.
Falha no sistema da previdência?
A fraude desarticulada pela Polícia Federal expõe a necessidade de medidas rigorosas para combater crimes contra a Previdência Social, garantindo a proteção dos recursos públicos e a correta destinação dos benefícios. Além disso, ressalta a importância da atuação das autoridades no combate à falsificação de documentos, uma prática criminosa que tem impactos negativos tanto para as finanças públicas quanto para a sociedade como um todo.
A investigação também buscará determinar se os indígenas envolvidos no esquema faziam parte da quadrilha ou se foram utilizados como “laranjas”, contribuindo para ocultar a ação criminosa por trás das fraudes.
A desarticulação desse esquema de fraude representa um avanço no combate à corrupção e à criminalidade, demonstrando a efetividade das ações das forças de segurança e da Polícia Federal na proteção dos interesses públicos. A partir das provas reunidas durante a investigação, espera-se que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados pelos crimes cometidos.
Cabe ressaltar a importância da continuidade dos esforços para identificar e prevenir práticas fraudulentas, fortalecendo os mecanismos de controle e fiscalização em todas as esferas da administração pública. Dessa forma, será possível garantir a integridade dos sistemas de seguridade social e assegurar que os recursos sejam direcionados para quem realmente necessita, de acordo com a legislação vigente.