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Setor de franquias cresce 19,1% no primeiro tri, informa ABF

Os destaques são Alimentação Comércio e Distribuição (43,9%), Food Service (26,6%) e Serviços e Outros Negócios (25,3%).

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Todos os segmentos do setor cresceram, com destaque para Alimentação Comércio e Distribuição (43,9%), Food Service (26,6%) e Serviços e Outros Negócios (25,3%).

O mercado de franquias no 1º trimestre acelerou, registrando um crescimento nominal de 19,1% na comparação com o mesmo período de 2023, mantendo assim sua curva ascendente. O faturamento geral do setor avançou de R$ 50,854 bilhões para R$ 60,560 bilhões. É o que mostra a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor referente aos três primeiros meses de 2024 realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. O estudo aponta que no acumulado de doze meses, o setor cresceu 14,3%, cujo faturamento passou de R$ 218,962 bilhões para R$ 250,367 bilhões. Esse resultado foi alavancado por fatores sazonais e o forte desempenho dos segmentos de Alimentação (tanto Comércio e Distribuição, quanto Food Service) e Serviços e Outros Negócios.

Entre os fatores sazonais, destaque para o dia a mais em fevereiro e, principalmente, a Páscoa ter caído este ano no 1º trimestre, o que, associado a maior demanda por chocolates finos, trouxe grandes resultados para as franquias de chocolate. O cenário macroeconômico também foi fundamental para o desempenho do setor. A elevada taxa de ocupação, o PIB no 1º trimestre, a queda (ainda que lenta) da taxa SELIC e a inflação mais controlada estimularam uma maior disposição da população que aqueceu o consumo.

Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “a taxa expressiva de crescimento das franquias no período reflete tanto a fortaleza do setor, que continua sua jornada de expansão e busca por eficiência e novos modelos de negócio, como eventos extraordinários. De fato, redes de chocolate relataram um grande resultado na Páscoa, agregando ao desempenho do primeiro trimestre um faturamento significativo. A identificação de mais marcas atuando no setor e uma forte demanda no nicho de sorveterias e açaís, associada à onda de calor, também alavancaram o setor como um todo neste trimestre”.

O presidente completa ainda “que o cenário positivo não elimina desafios importantes no setor, como ajustar operações omnichannel, acompanhar a constante mudança do comportamento do consumidor e, principalmente, equacionar a elevada carga tributária, a pressão inflacionária e a quitação de compromissos financeiros assumidos ao longo da pandemia. Neste sentido, a aprovação do PERSE vai ser muito importante para os segmentos elegíveis cumprirem seus compromissos da pandemia e manterem planos de expansão, gerando ainda mais empregos, impostos e renda. Além disso, estamos acompanhando de perto o impacto da tragédia no RS. Muitos franqueadores e franqueados foram afetados e vamos ter mais claro estes impactos na pesquisa do segundo trimestre”.

Expansão do número de operações e empregos

De acordo com o levantamento da ABF, as redes de franquias mantiveram um bom ritmo de expansão no período pesquisado. Os dados apontam que foram abertas 4,3% mais operações e encerradas 1,9%, resultando num saldo positivo de 2,4%. Em relação aos repasses, a estabilidade se manteve, como na pesquisa do mesmo trimestre no ano passado, cujo índice ficou em 0,8% contra 1,0% em 2023 (dados referentes às marcas respondentes). A variação no primeiro trimestre de 2024 representou um acréscimo de 5.733 operações de franchising no País ante o mesmo período do ano passado, totalizando 190.144 operações (dado extrapolado para o mercado todo). Em relação aos empregos diretos, o setor totalizou 1.658.000, 4,9% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Segmentos crescem na totalidade

O estudo mostrou avanço do faturamento em todos os segmentos listados pela ABF. Alimentação Comércio e Distribuição teve o crescimento de receita mais expressivo, 43,9%, em razão especialmente do ótimo desempenho das chocolaterias na Páscoa (uma das principais datas do ano e que ocorreu no primeiro trimestre), e à queda da inflação, com a massa real de rendimentos ampliada em 4,6% no último ano. Outras justificativas são as mudanças nos gostos dos consumidores, o desejo de exclusividade, o declínio na popularidade dos ovos caseiros e a busca por alternativas mais saudáveis, junto com aumento de ações promocionais e collabs que alavancaram o ticket médio das vendas no varejo. Esses fatores geram oportunidades para empresas que oferecem produtos mais refinados ou que atendam a preferências dietéticas específicas. O crescimento do nicho de mercados autônomos, a expansão do número de operações no geral e ações de marketing foram outros fatores que apareceram na pesquisa e contribuíram.

Alimentação Food Service também se destacou com um crescimento de 26,6%, alavancado pela consolidação da retomada dos salões, a persistência do hábito de pedidos delivery, a demanda provocada por grandes eventos e pelo próprio turismo, novos marcas operando neste mercado e a expansão da base de operações das franquias já estabelecidas. A pesquisa identificou ainda forte demanda nos nichos de sorveterias e franquias de açaí, associada a onda de calor. Por fim, algumas franquias de Food Service também tinham produtos voltados a Páscoa e foram beneficiadas.

Serviços e Outros Negócios registrou alta de 25,3% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O aquecimento de serviços no geral (de acordo com o IBGE houve um crescimento de 1,4% do Setor de Serviços no 1º trimestre), o avanço de franquias Business to Business e de logística e o desempenho das redes ligadas ao agronegócio alavancaram este segmento.

Na sequência vieram os segmentos de Entretenimento e Laser (19,6%), Casa e Construção (15,8%) e Saúde Beleza e Bem-Estar (14,7%).

“Embora todos os segmentos tenham crescido, neste trimestre, notamos uma maior heterogeneidade de resultados. Isso devido tanto a sazonalidade, como a condições de cada mercado. Por exemplo, em Moda este é um período tradicional de promoções e há uma maior concorrência no online. Já Educação continua seu processo de transformação, com o ganho de eficiência e abrangência com o digital”, explica Tom Moreira Leite.

Operação em rua e outros formatos avançam

O estudo da ABF apontou, ainda, que, a exemplo do primeiro trimestre de 2023 comparado ao mesmo período anterior, na distribuição das operações por localização continua o predomínio das operações de franquias em ruas, que passaram de 52,0% para 54,2%. As operações em shopping centers também se mantiveram na segunda posição, com uma redução de 22,2% para 19,8% (embora em termos absolutos tenha crescido).

O item “Outros” – que envolve negócios como mercados autônomos, operações em prédios comerciais, postos de combustível (lojas de conveniência), condomínios residenciais, store in store, hospitais e clubes esportivos – despontaram no trimestre analisado em terceiro lugar, com uma participação que saltou de 5,2% para 11,7%.

“O boom da localização Outros está muito associado ao crescimento de redes de conveniência, mini-mercado autônomo, cafeterias, modelos compactos e microfranquias de forma geral, apontando mais uma vez a capacidade de reinvenção do setor não apenas em termos de formato, mas na disposição de desenvolver operações que vão aonde o consumidor está”, explica o presidente da ABF.

Uma excelente oportunidade para constatar esse movimento do setor de franquias brasileiro é a ABF Franchising Expo, maior feira de franquias do mundo, que será realizada de 26 a 29 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo. Como parte da ABF Franchising Week (semana de imersão no universo das franquias), a ABF Franchising Expo reuniu em 2023 em torno de 400 marcas expositoras e recebeu uma visitação de 60 mil pessoas. Os ingressos para 2024 já estão à venda, com descontos na compra online. Para obtê-los, basta clicar aqui.

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