A Enauta (ENAT3), empresa de exploração e produção de petróleo e gás, comunicou ao mercado nesta quinta-feira (31) que o seu Conselho de Administração elegeu Mateus Tessler como o novo Presidente do Conselho de Administração, em substituição a Antônio Augusto de Queiroz Galvão, que renunciou ao cargo por motivos pessoais. Antônio Galvão permanecerá como membro do Conselho de Administração da companhia.
A empresa informou também que a Sra. Ana Marta Veloso foi eleita Vice-Presidente do Conselho de Administração, ocupando a vaga deixada por Mateus Tessler.
Segundo o comunicado da Enauta, Mateus Tessler é sócio gestor dos fundos da Jive Investments, com experiência em áreas de fusões, aquisições, consultoria em finanças corporativas, private equity e venture capital, tendo atuado como executivo na Deloitte e na Invest Tech e DLM Invista.
Ana Marta Veloso é atualmente membro independente dos Conselhos de Administração da Vinci Partners, Rio Energy S.A., Oceânica Engenharia e Consultoria S.A., e Profarma S.A., com 20 anos de experiência no setor de Energia, incluindo os cargos de CEO da Light S.A. e diretora da Equatorial Energia S.A.
A Enauta afirmou que as mudanças no Conselho de Administração visam fortalecer a governança corporativa da companhia e alinhar os interesses dos acionistas com os objetivos estratégicos da empresa.
A Enauta é uma das maiores operadoras independentes de petróleo e gás do Brasil, com participação em 11 blocos exploratórios nas bacias de Santos, Sergipe-Alagoas, Ceará e Potiguar. A empresa possui duas concessões em produção: o Campo de Atlanta, no bloco BS-4, na Bacia de Santos; e o Campo de Manati, no bloco BCAM-40, na Bacia de Camamu. A Enauta também possui uma participação no Campo de Carcará, no bloco BM-S-8, na Bacia de Santos, que está em fase final de desenvolvimento.
Resultados do segundo trimestre
A Enauta também divulgou os resultados financeiros do segundo trimestre de 2023, que mostraram uma queda no lucro líquido e na receita líquida em relação ao mesmo período do ano anterior, mas também uma melhora nos indicadores operacionais e na geração de caixa.
O lucro líquido da companhia foi de R$ 41,1 milhões no segundo trimestre, uma redução de 85,4% em relação aos R$ 281 milhões registrados no mesmo período de 2022. A queda se deve principalmente a fatores não recorrentes, como a parada programada da plataforma FPSO Petrojarl I no campo de Atlanta, que afetou a produção de petróleo no período, e o imposto temporário sobre exportações de petróleo (ITEP), que foi instituído pelo governo brasileiro em janeiro deste ano para compensar a perda de arrecadação com a desvalorização do real frente ao dólar.
Além disso, a companhia também foi impactada pela queda na cotação média do petróleo tipo Brent no segundo trimestre, que foi de US$ 68 por barril, contra US$ 75 por barril no mesmo período do ano passado. Outro fator que influenciou o resultado foi a valorização do real frente ao dólar no período, que gerou um aumento nas despesas financeiras líquidas da companhia, que somaram R$ 83 milhões no segundo trimestre. A Enauta realizou uma emissão de títulos de dívida de longo prazo no mercado internacional em dezembro de 2022, no valor de US$ 500 milhões, com vencimento em 2032 e juros de 6% ao ano.
Por outro lado, a companhia apresentou uma melhora nos indicadores operacionais e na geração de caixa no segundo trimestre. A produção média diária de óleo equivalente (petróleo mais gás) foi de 14.600 barris por dia (bpd), um aumento de 8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. A produção foi impulsionada pelo campo de Manati, na Bacia de Camamu-Almada, que teve um aumento na demanda por gás natural por parte das distribuidoras, em função do aumento do consumo de energia elétrica no país.
A geração de caixa medida pelo Ebitdax (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação mais despesas de exploração com poços secos ou subcomerciais) foi de R$ 319 milhões no segundo trimestre, uma queda de 34,9% em relação ao mesmo período de 2022, mas um aumento de 23,4% em relação ao primeiro trimestre deste ano. A margem Ebitdax foi de 76%, uma das mais altas do setor.
A receita líquida da companhia foi de R$ 420,1 milhões no segundo trimestre, uma redução de 41,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas um aumento de 6,7% em relação ao primeiro trimestre deste ano. A receita foi afetada pela queda na cotação do petróleo e pelo ITEP, mas também beneficiada pelo aumento na produção e na demanda por gás natural.
Os investimentos da companhia somaram US$ 144 milhões no segundo trimestre, sendo US$ 132 milhões destinados ao campo de Atlanta e US$ 12 milhões aos demais ativos. A Enauta está avançando no desenvolvimento do campo de Atlanta, que é considerado um dos maiores projetos de exploração e produção em águas profundas do Brasil. A companhia espera iniciar a produção do segundo poço do campo no terceiro trimestre deste ano e do terceiro poço no primeiro trimestre de 2024. Com isso, a produção do campo deve aumentar dos atuais 10 mil bpd para cerca de 30 mil bpd.
A Enauta encerrou o segundo trimestre com uma posição de caixa líquido (caixa menos dívida) de R$ 1,3 bilhão, o que demonstra a solidez financeira da companhia e sua capacidade de investir em novos projetos e oportunidades.
Perspectivas para o futuro
A Enauta tem como objetivo se tornar uma das principais empresas independentes de exploração e produção de petróleo e gás do Brasil, com foco em ativos em águas profundas e ultraprofundas. A companhia possui um portfólio diversificado e equilibrado, com ativos em diferentes estágios de maturidade e risco.
Além do campo de Atlanta, que é o principal ativo da companhia atualmente, a Enauta também possui participações em outros campos produtores, como Manati, Pirapema e Carcará. A companhia também possui ativos exploratórios nas bacias de Santos, Sergipe-Alagoas e Foz do Amazonas, com alto potencial de descoberta de novas reservas.
A Enauta está atenta às oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico no mercado brasileiro. A companhia pretende participar das próximas rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), bem como avaliar possíveis aquisições ou parcerias com outras empresas do setor.
A Enauta também está comprometida com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. A companhia adota as melhores práticas de governança corporativa, transparência e ética nos seus negócios. A companhia também busca reduzir os impactos ambientais das suas operações, minimizando as emissões de gases de efeito estufa, o consumo de água e a geração de resíduos. Além disso, a companhia apoia projetos sociais nas comunidades onde atua, contribuindo para o desenvolvimento local.
A Enauta acredita que o setor de energia está passando por uma transformação global, com a transição para uma matriz energética mais limpa e diversificada. A companhia entende que o petróleo e o gás natural ainda terão um papel relevante nesse cenário, mas também está atenta às novas tendências e oportunidades que possam surgir no futuro.