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Superávit na balança comercial brasileira desafia manutenção do dólar abaixo dos R$ 5

Entrevista com Haryne Campos, especialista em câmbio na WIT Exchange

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Entrevista com Haryne Campos, especialista em câmbio na WIT Exchange

1. Qual é sua opinião sobre a expansão do BRICS para incluir novos membros? Quais são os critérios para a admissão de novos países e como isso impactaria o comércio exterior brasileiro?

R: Os critérios de expansão e adesão de novos membros do BRICS ainda não estão definidos. Até o momento, pouco se avançou sobre o assunto, apesar de ter sido uma das pautas principais da 15ª Cúpula que ocorreu em agosto de 2023.

A concepção do grupo ocorreu levando-se em conta países que consideravam economias emergentes, potenciais regionais e detentores de territórios extensos. Com o convite realizado aos possíveis novos membros, muitas pessoas estão questionando os critérios aplicados, principalmente no que diz respeito aos direitos humanos.

Para o Brasil, a mudança no BRICS pode impactar diretamente no comércio exterior. Quando se amplia um grupo, o processo de concordância se torna mais moroso e dificultoso em vários pontos. Por outro lado, há uma possibilidade de expansão comercial em novos mercados e cooperação para o desenvolvimento em infraestrutura e tecnologia.

2. Quais setores se destacaram mais no comércio exterior? Como o desempenho setorial impactou o crescimento das exportações brasileiras?

R: Nas exportações, houve um crescimento de 8,7% em comparação com as médias até a quarta semana de setembro de 2023, em relação ao mesmo período de 2022. No mesmo comparativo, as importações tiveram uma queda de 15,7%.

No ano, as exportações totalizam US$ 246,773 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 177,158 bilhões, resultando em um superávit de US$ 69,615 bilhões na balança comercial.

Os destaques em crescimento das exportações se dão principalmente no setor agropecuário (+25,2%) e na indústria extrativa (+17,2%). No setor agropecuário, tivemos um recorde de exportação de soja, impulsionado principalmente pelo aumento da demanda chinesa por esse grão. Segundo a Conab, foram exportadas 80,84 milhões de toneladas, com um faturamento de 42,3 bilhões de dólares até agosto de 2023.

3. Com o saldo positivo na balança comercial brasileira em setembro de 2023, quais são os motivos para esse aumento nas exportações brasileiras? 

R: A balança comercial do Brasil alcançou um recorde em setembro de 2023, registrando um superávit de US$ 8,91 bilhões. Além do recorde no superávit, também atingimos um recorde nas exportações de soja, impulsionado principalmente pelo aumento da demanda chinesa por esse grão. No mesmo setor das exportações, observamos um bom desenvolvimento do açúcar, cujo preço internacional está favorável, uma vez que o mercado global está em déficit.

No entanto, em setembro, o maior destaque das exportações foi para animais vivos (não incluindo pescados ou crustáceos). O destino principal continua sendo a China, mas o crescimento também se deve à abertura de novos mercados para o Brasil. Nas exportações de carne de frango, o sistema de vigilância sanitária permanece em estado de alerta devido aos casos de gripe aviária em diversos países do mundo. Mas, a ausência de detecção da doença no país favorece as exportações brasileiras.

4. Como a WIT Exchange, especialistas em câmbio e comércio exterior, avaliam o cenário atual das exportações brasileiras e qual o conselho para os empresários que realizam remessas internacionais?

R: Apesar do superávit da balança comercial brasileira e, consequentemente, de uma maior entrada de dólares circulando no Brasil, outros fatores econômicos estão pressionando o valor do dólar para cima, com destaque para as recentes mudanças nas taxas de juros tanto no Brasil como no cenário global.

O cenário atual favorece os recebedores internacionais no país, porém prejudica os compradores devido à valorização do câmbio. Recomendamos a antecipação no pagamento de compras no último trimestre do ano, visto que a expectativa é de uma taxa de câmbio mais elevada nesse período. Por outro lado, sugerimos aos exportadores um acompanhamento mais próximo das taxas cambiais, a fim de aproveitar os momentos de valorização das moedas estrangeiras, garantindo assim uma margem de lucro mais substancial nos recebimentos.

5. Como a taxa de câmbio atual afeta a competitividade das exportações brasileiras nos mercados internacionais?

R: A desvalorização do real em relação a outras moedas afeta diretamente a competitividade das empresas envolvidas no comércio exterior. As importações se tornam mais caras, e, consequentemente, esse aumento de custos é repassado para os produtos finais. Por outro lado, nas exportações, as empresas desfrutam de uma margem de lucro mais ampla, o que incentiva ainda mais as vendas internacionais.

6. Quais são os desafios mais significativos que as empresas brasileiras enfrentam ao expandir suas operações de exportação para outros países? E como a WIT Exchange pode facilitar esta expansão?

R: Dentre os maiores desafios do comércio exterior, podemos destacar a negociação com possíveis clientes, a burocracia envolvida nos trâmites para obter toda a documentação de comércio exterior habilitada, a complexidade fiscal do Brasil e a falta de transparência nos fechamentos de operações de câmbio por parte das instituições financeiras.

A WIT Exchange pode ajudá-lo com a etapa final das suas exportações, oferecendo a melhor cotação do mercado e transparência no serviço. Atendemos desde pequenos exportadores que estão iniciando até multinacionais.