Tchau Milho, olá Feijão: BrasilAgro revela novas apostas para a safra 2023/2024

O CFO da BrasilAgro, Gustavo Javier Lopez, discute as mudanças na estratégia de plantio da empresa para a safra 2023/2024, em resposta à queda nos preços das commodities e outros fatores. Saiba como a redução da área de milho e o aumento nas plantações de soja e feijão visam melhorar as margens operacionais.

Gustavo Javier Lopez, CFO e diretor de relações com investidores da BrasilAgro (AGRO3), compartilhou insights sobre os resultados da empresa no primeiro trimestre da safra 2023/2024 (1T24). Lopez destacou que as margens de grãos, especialmente do milho, foram afetadas por uma queda de aproximadamente 30% nos preços das commodities em comparação a 2022. Ele explicou os fatores que contribuíram para essa queda nos preços das commodities:

1. Superprodução brasileira de soja e milho: A produção em grande escala dessas culturas no Brasil compensou a quebra registrada na Argentina, aumentando a oferta e pressionando os preços para baixo.
2. Prêmios negativos para soja Chicago: Os prêmios negativos afetaram a rentabilidade da soja, tornando-a menos atraente para os produtores.
3. Preço do frete elevado, especialmente o óleo diesel: Os custos de transporte continuaram altos, impactando os custos de produção e a margem de lucro.
4. Valorização do real frente ao dólar: A valorização da moeda brasileira em relação ao dólar reduziu a receita das exportações agrícolas.

Em resposta a esses desafios, a BrasilAgro reavaliou sua estratégia de plantio para a safra 2023/2024, com o objetivo de mitigar as perdas operacionais. Uma das principais medidas tomadas foi a redução da área plantada de milho (safra e safrinha) em 9,2 mil hectares.

Essa redução na área destinada ao milho foi parcialmente compensada pelo aumento das plantações de soja e feijão, culturas que apresentam margens mais favoráveis. Lopez explicou que a decisão de corte na área de milho foi baseada em resultados que se aproximavam de zero ou mesmo eram negativos. A empresa estabeleceu um limite de rentabilidade, considerando que tudo o que estivesse abaixo de R$ 85 por saca por hectare não seria economicamente viável.

Além disso, a BrasilAgro está explorando parcerias com empresas na Índia e no Nordeste para a exportação de feijão, aproveitando canais de comercialização promissores. A estratégia da empresa visa buscar margens operacionais positivas, combinando atividades agrícolas com seu segmento imobiliário.

Essas adaptações na estratégia de plantio da BrasilAgro refletem a necessidade de se ajustar às condições de mercado em constante mudança e garantir uma gestão eficaz dos recursos em um ambiente agrícola volátil.