O que será das ações de empresas do setor frigorífico nos resultados 4T22? Com a temporada de balanços a todo vapor, o mercado já começa a especular o que pode esperar de um dos setores mais vitais da economia e da bolsa brasileira. Nos últimos tempos, as ações dos principais frigoríficos brasileiros estão sofrendo pressão na B3 devido ao noticiário. As preocupações com a gripe aviária no Brasil e um caso de vaca louca no Pará impactaram negativamente as ações, e pode ser que haja mais notícias negativas no curto prazo.
A Minerva (BEEF3) será a primeira empresa de proteínas do Brasil a divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2022 nesta quinta-feira (23). A BRF (BRFS3) divulgará seus números no dia 28 deste mês, a Marfrig (MRFG3) no primeiro dia de março e a JBS (JBSS3) no dia 21 de março. No entanto, os resultados não são esperados para serem muito animadores, segundo a XP Investimentos.
A XP Investimentos relata que prevê um trimestre difícil para todos os frigoríficos, incluindo a Minerva, que vinha se destacando. A oferta e a demanda de curto prazo de todas as proteínas podem ser desafiadoras para as empresas, de acordo com a corretora.
A alta estocagem na China continua a ser um problema para a Minerva, o que deve impactar negativamente seus resultados. A empresa deve apresentar queda nos preços de exportação e nas margens, devido à inflação elevada e ao ambiente de consumo reprimido no mercado doméstico.
O aumento natural do rebanho no Brasil pode ajudar a diminuir o preço que os frigoríficos pagam pelo gado. No entanto, a inflação e os juros elevados e as famílias endividadas podem compensar essa melhora. Nem mesmo a Copa do Mundo e o Auxílio Emergencial ajudaram a aumentar o volume de vendas.
De acordo com a Refinitiv, a Minerva deve trazer uma receita de R$ 7,7 bilhões, ante R$ 8,4 bilhões no terceiro trimestre. O Ebitda deve sair de R$ 806 milhões para R$ 694 milhões. O lucro líquido, contudo, deve aumentar devido a gastos menores com juros.
O 4T22 será complicado?
A XP Investimentos prevê um trimestre difícil para todos os players do mercado de frigoríficos, inclusive para a Minerva, que vinha apresentando um desempenho melhor do que seus concorrentes. Segundo a corretora, os frigoríficos enfrentarão um momento desafiador devido à oferta e demanda desequilibrada no curto prazo em todas as proteínas.
Os analistas da Eleven, por sua vez, afirmam que a Minerva deve apresentar um resultado mais fraco do que no trimestre anterior, principalmente por conta da alta estocagem na China. A empresa deve registrar uma queda nos preços de exportação e, consequentemente, nas margens, mitigada pelo ciclo do gado positivo no Brasil. Além disso, o mercado doméstico enfrenta um ambiente de consumo reprimido devido à inflação elevada.
Embora o ciclo do rebanho no Brasil esteja favorável, com aumento das cabeças, o cenário macro desafiador, com inflação e juros elevados e famílias endividadas, compensam a melhora. Nem mesmo eventos como a Copa do Mundo e o Auxílio Emergencial contribuíram para impulsionar o volume de vendas.
Segundo a Refinitiv, a Minerva deve registrar uma receita de R$ 7,7 bilhões, abaixo dos R$ 8,4 bilhões do terceiro trimestre. O Ebitda também deve apresentar queda, saindo de R$ 806 milhões para R$ 694 milhões. No entanto, o lucro líquido deve aumentar devido aos gastos menores com juros.