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Vale a pena ser motorista de aplicativo em tempo integral?

A autonomia pode ser um atrativo importantes, mas os altos custos operacionais e a falta de benefícios trabalhistas podem limitar essa opção.

Imagem Interjornada motorista
Imagem Interjornada motorista

Nos últimos anos, a profissão de motorista de aplicativo se transformou completamente e deixou de ser apenas um extra ou “bico” para se tornar uma opção atraente para muitos brasileiros que buscam uma fonte de renda aliada a flexibilidade, afinal, a promessa de fazer seus próprios horários e ser o próprio chefe seduzem aqueles que procuram alternativas ao trabalho formal. Entretanto, será que é realmente vantajoso ter a função de motorista de aplicativo como principal ofício?

Uma das principais vantagens apontadas por esses trabalhadores é a gestão livre de tempo, pois diferente de um emprego tradicional, onde é necessário cumprir uma jornada fixa, essas pessoas têm a flexibilidade de escolher quando e quanto tempo desejam trabalhar. Isso é, especialmente, valioso para quem busca conciliar outras atividades, como estudos ou cuidar da família, por exemplo. Mas, é preciso considerar que tamanha “liberdade” tem seu preço, uma vez que em muitas vezes, para garantir uma renda satisfatória, é preciso, além de enfrentar o trânsito intenso das grandes cidades, seguir a demanda para conseguir garantir uma boa remuneração mensal, e não apenas a sua vontade.

Por outro lado, os custos associados à profissão podem reduzir significativamente os ganhos. De acordo com um levantamento feito pelo StopClub, fintech que oferece ferramentas de segurança e performance financeira para trabalhadores da categoria, em 13 das maiores cidades do país, a média de faturamento mensal é de R$ 5317,17 sendo que o valor de gastos no mesmo período pode chegar a R$ 3.548,00, onde estão inclusos IPVA, combustível, seguro e as demais manutenções necessárias.

Além dos gastos fixos e das taxas cobradas pelas plataformas, como Uber e 99, para citar alguns exemplos, os motoristas também devem arcar com a depreciação do carro e eventuais multas de trânsito. Esses custos podem consumir uma grande parte da receita, tornando a atividade menos lucrativa do que aparenta. Um estudo recente revelou que, em alguns casos, o ganho líquido por hora de trabalho pode ser inferior ao salário mínimo, dependendo da cidade e do momento do dia.

Pedro Inadaco-fundador do StopClub, explica que ser motorista de aplicativo como principal ofício apresenta vantagens e desafios significativos.

“Embora a flexibilidade e a autonomia sejam atrativos importantes, os altos custos operacionais e a falta de benefícios trabalhistas podem limitar a viabilidade dessa opção como uma carreira sustentável a longo prazo. Para aqueles que consideram a profissão, é crucial avaliar todos os aspectos, incluindo o planejamento financeiro e a adaptação às demandas do mercado, antes de decidir se tornar um motorista de aplicativo em tempo integral”, diz.