O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, elevou a taxa básica de juros em 0,50 pontos percentuais passando de 13,25% para 13,75% ao ano. É o 12° aumento consecutivo registrado pela economia. Com isso, a Selic atinge o mesmo patamar registrado em novembro de 2016.
O mercado financeiro estava apreensivo e os rumores confirmaram a posição do Banco Central na condução da política monetária, ou seja, se cumpriria ou não as sinalizações de fim do ciclo altista. A decisão pelo aumento da taxa foi unânime entre os diretores do BC e segue a movimentação da economia mundial.
Na semana passada, o FED elevou a taxa dos juros nos EUA na tentativa de controlar a inflação. Além disso, o Banco Central da Europa (BCE) subiu os juros pela primeira vez em 11 anos. Em comunicado, o Cômite informou que “considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista.”
Segundo ainda a nota, o Comitê “enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”. Os diretores avaliarão a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, agendada para os dias 20 e 21 de setembro.
Com a inflação em alta não somente no Brasil, mas nas principais potências do mundo somada a outros fatores como a guerra no leste europeu, as ‘oscilações’ da pandemia do Coronavírus, o ano eleitoral no país, entre outros, como fica o mercado de investimentos?
Com o aumento da taxa, os investimentos em renda fixa que pagarem 100% do CDI (taxa de juros que costuma caminhar próxima da Selic), passarão a remunerar em torno de 13,65% ao ano, mais de 1% ao mês, segundo Paulo Saad, sócio da WFlow, empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada à XP.
“Os papéis prefixados atrelados a juros passam a render esse acréscimo de 0,5 ponto já a partir de hoje (4/8). São ativos como o caso do Tesouro Selic (LFT), dos fundos DI e dos títulos bancários mais rentáveis, como os CDB, LCI e LCA pós-fixados ganham destaque no mercado”, disse.
“Já os investimentos em renda variável, como a bolsa de valores e Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) pedem mais cautela”, afirmou.