- O Estado de São Paulo arrecadou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da Sabesp
- A oferta definiu o preço das ações em R$ 67 cada
- Incluiu a emissão de um lote suplementar de cerca de 28,8 milhões de papéis.
O Estado de São Paulo arrecadou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da Sabesp (SBSP3). Marcando a privatização da maior companhia de saneamento do Brasil. A oferta definiu o preço das ações em R$ 67 e incluiu a emissão de um lote suplementar de cerca de 28,8 milhões de papéis.
A operação atraiu uma ampla gama de investidores. Foram 17.572 investidores pessoa física que adquiriram 21.876.433 ações, 390 investidores estrangeiros que compraram 43.292.772 ações, e 1.007 fundos de investimento que obtiveram 38.492.273 ações. No total, a venda envolveu 220.470.000 ações da empresa.
Além disso, a Equatorial Energia (EQTL3), que anteriormente tinha uma presença limitada no setor de saneamento apenas no Amapá, tornou-se um investidor estratégico da Sabesp no final de junho. A Equatorial adquiriu uma participação de 15% na companhia em um investimento de aproximadamente R$ 7 bilhões, sem enfrentar concorrência significativa na transação.
Esta venda não só representa um marco importante na privatização da Sabesp, mas também sinaliza uma nova fase na estruturação e no perfil de investidores da maior empresa de saneamento do Brasil.
Privatização da Sabesp tem recorde de investidores e volume
A privatização da Sabesp (SBSP3) se destaca como a maior oferta de saneamento da história do Brasil. A operação movimentou R$ 14,8 bilhões, com a Equatorial (EQTL3) subscrevendo R$ 6,9 bilhões.
A Equatorial adquiriu 15% da Sabesp a R$ 67 por ação, totalizando 191,7 milhões de ações vendidas, além de um lote adicional de 28,7 milhões de ações, também a R$ 67 cada. A oferta atraiu 310 investidores institucionais.
Na quinta-feira (18), os organizadores alocaram as ações entre os investidores participantes da oferta. A demanda total pelas ações da Sabesp atingiu R$ 187 bilhões, estabelecendo um recorde para uma oferta pública no Brasil. Dessa demanda, 53% vieram de investidores estrangeiros, enquanto o restante foi de gestoras locais.
O BTG Pactual liderou a coordenação da oferta, em conjunto com Itaú BBA, Citi, Bank of America e UBS BB. Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, JSafra, Santander e XP também participaram da operação.
Eles realizarão a liquidação da oferta na próxima segunda-feira (22). Está prevista uma solenidade na B3 para marcar a privatização da companhia. Espera-se a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, da Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, e de representantes dos bancos coordenadores.
Equatorial, a referência
A Equatorial foi qualificada no final do mês passado como investidor de referência na privatização da Sabesp. A empresa de energia, contudo, foi a única a apresentar uma proposta por 15% da companhia de saneamento paulista.
Para pagar os R$ 6,9 bilhões ao governo de São Paulo, a Equatorial obteve, no entanto, um empréstimo-ponte em quatro bancos, com prazo de 18 meses.
Simultaneamente, a empresa emitiu e liquidou notas comerciais na terça-feira (16), que serão usadas como garantia nos empréstimos. Os bancos envolvidos, no entanto, na emissão das notas são Itaú BBA, Safra, UBS BB e Bradesco BBI.
O investidor de referência também se comprometeu a um lock-up de cinco anos, impedindo, contudo, a Equatorial de vender sua participação na empresa antes de dezembro de 2029.
No total, a privatização da Sabesp prevê investimentos de aproximadamente R$ 70 bilhões até 2029 para universalizar, dessa forma, os serviços de água e esgoto no Estado de São Paulo.