As vendas líquidas da construtora Tenda (TEND3) atingiram R$ 732,2 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), representando um aumento de 31,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A velocidade de vendas líquidas (VSO) foi de 26,2%.
A empresa lançou 12 empreendimentos durante o 2T23, totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 931,4 milhões, com um preço médio de R$ 208,6 mil por unidade.
Segundo a Tenda, o aumento de 21,1% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior se deve ao aumento no número de unidades vendidas e ao maior preço médio por unidade, que faz parte da estratégia da empresa de praticar preços mais altos.
O Credit Suisse comentou que a Tenda apresentou resultados operacionais positivos no trimestre, superando ligeiramente as expectativas com lançamentos e vendas líquidas. A construtora continuou elevando os preços de venda, com um aumento anual de 16% e trimestral de 5%, o que deve contribuir para a recuperação de suas margens.
Com esses resultados, e considerando que a Tenda tem conseguido vender volumes significativos de estoque (representando 66% do valor vendido), o Credit Suisse prevê que a empresa está se aproximando da estabilização de suas operações e de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de dois dígitos após a entrega das unidades.
De acordo com as estimativas do banco suíço, o ROE da Tenda deve ultrapassar 20% até 2025, e com as condições favoráveis do novo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o vencimento do covenant das unidades no 2T, é possível que o turnaround ocorra mais rapidamente do que o esperado. Portanto, o Credit Suisse mantém a classificação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para as ações da Tenda, com um preço-alvo de R$ 11.
O Bradesco BBI também considerou que a Tenda apresentou fortes números operacionais no 2T23, com lançamentos robustos (crescimento anual de 23%) e vendas líquidas (+31% em comparação com o mês anterior). O banco destacou o aumento do ticket médio das unidades de negócio on-site (+4% em relação ao ano anterior) e off-site (+27% em relação ao ano anterior), bem como a aceleração da velocidade de vendas (VSO).
Apesar disso, o Bradesco BBI manteve uma recomendação neutra para as ações da Tenda, com um preço-alvo de R$ 15, devido à percepção de que a relação risco-recompensa atual não é muito atrativa, considerando a avaliação da empresa (9,0 vezes o Preço/Lucro para 2024 em comparação com a média de 7,4 vezes dos pares e 2,3 vezes o Preço/Valor Patrimonial para 2023e).
O Itaú BBA também avaliou positivamente os resultados reportados pela Tenda, destacando um forte crescimento nos lançamentos e nas vendas durante o segundo trimestre deste ano, o que resultou em uma aceleração na velocidade de vendas.
No entanto, os analistas do Itaú BBA observaram um leve aumento nos distratos no segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre de 2023.
Você precisa ter ações de Construtoras: Bradesco BBI aumenta recomendações do Setor
O Bradesco BBI aumentou o preço-alvo das ações de algumas construtoras, mantendo a recomendação de compra. A Direcional teve seu preço-alvo elevado de R$ 24 para R$ 27, representando um potencial de alta de 43% em relação ao fechamento anterior. A Cury teve seu preço-alvo elevado de R$ 20 para R$ 22, com potencial de valorização de 37,7%. Já a Plano&Plano teve seu preço-alvo aumentado de R$ 7 para R$ 13, com um potencial de alta de 38,3%. Para a Tenda, o preço-alvo foi elevado de R$ 8 para R$ 15, com potencial de crescimento de 21%, e a recomendação foi mantida como neutra.
Construtora | Preço-alvo (R$) | Potencial de Alta (%) | Recomendação |
---|---|---|---|
Direcional | 27 | 43 | Compra |
Cury | 22 | 37,7 | Compra |
Plano&Plano | 13 | 38,3 | Compra |
Tenda | 15 | 21 | Neutra |
Os analistas do Bradesco BBI ressaltam que as ações das construtoras de baixa renda têm apresentado um desempenho robusto ao longo do ano, com uma valorização acumulada de 89% desde janeiro. Essa performance supera o desempenho do Ibovespa, que teve um crescimento de apenas 7%, e do setor imobiliário como um todo, que registrou uma alta de 61%. Os analistas destacam que essas empresas têm se beneficiado de um cenário no qual o risco diminuiu significativamente devido à melhoria das margens e às mudanças que as favorecem no programa habitacional federal “Minha Casa Minha Vida”, bem como a criação de programas regionais, como o “Pode Entrar” em São Paulo.
No segundo trimestre, espera-se que todas as empresas continuem a apresentar um bom desempenho operacional, com um aumento no tíquete médio, o que impulsionará as margens. Além disso, Cury, Direcional e Plano&Plano podem apresentar vendas recordes, o que torna as ações atrativas mesmo com a recente valorização. No caso da Tenda, a empresa tem se reestruturado com sucesso, mas, devido à valorização de quase 200% das ações neste ano, a atratividade das ações é menor em comparação com os concorrentes, especialmente considerando que a empresa ainda precisa demonstrar maior consistência em termos operacionais.