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Volume de apostas contra o real bate recorde

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Estrangeiros que operam no Brasil estão cautelosos com a perspectiva de enfraquecimento do real.

Na terça-feira (18), dados mostraram que o montante movimentado em contratos que geram lucro em caso de desvalorização do real ou protegem contra a variação do dólar alcançou US$ 78,9 bilhões.

A posição cautelosa dos estrangeiros que operam no Brasil, começou sua trajetória crescente em abril, no mesmo período em que o governo federal anunciou mudanças na meta fiscal para 2024. O movimento fica claro no gráfico a seguir, que mostra a posição desses investidores em instrumentos cambiais negociados na bolsa.

Outro ponto que marca a posição cautelosa, foi quando o Banco Central (BC) anunciou uma nova redução da taxa básica de juros, mas em uma reunião sem unanimidade, o que provocou receio com relação à credibilidade da autoridade monetária.

“Na medida que o cenário fica um pouco mais conturbado, principalmente o fiscal, isso reflete no estrangeiro ir buscar algum tipo de segurança, e junto vem a parte especulativa”, disse Rodrigo Moliterno, estrategista-chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

O real é a terceira moeda que mais se desvalorizou nos últimos 30 dias (-3,98%). A moeda nacional teve um desempenho pior que o peso argentino, que registrou perdas de 3,20%.

Já o peso mexicano lidera a lista, dado o aumento do risco observado no país após as eleições presidenciais. 

Lula não deixa o Brasil crescer, diz um dos pais do Plano Real

O renomado economista brasileiro Edmar Bacha lançou críticas contundentes sobre a gestão econômica do país desde a implementação do Plano Real, há três décadas. Em entrevista a Folha de São Paulo, Bacha, conhecido por seu papel na formulação do plano que estabilizou a inflação no Brasil, expressou desapontamento com a ausência de progresso nas reformas estruturais necessárias para impulsionar o crescimento econômico sustentável.

Em entrevista recente, Bacha lamentou que as expectativas de um ciclo de crescimento robusto após a estabilidade conquistada pelo Plano Real não se concretizaram. Ele destacou que, embora tenham sido realizadas reformas nos primeiros anos, as últimas décadas foram marcadas por uma série de retrocessos, caracterizados por medidas que ele descreveu como “desreformas”.

Bacha criticou especificamente a gestão dos governos posteriores ao Plano Real, apontando para um “Estado inchado” que absorve uma parcela significativa doProduto Interno Bruto (PIB) sem fornecer serviços públicos de qualidade nas áreas de saúde, educação, transporte, segurança e infraestrutura. Ele também ressaltou a falta de avanço na abertura econômica e nas reformas tributária e do Estado, fundamentais para melhorar a eficiência e competitividade do setor produtivo brasileiro.

Além disso, o economista não poupou críticas ao governo em relação à política tributária, destacando a disparidade na tributação entre diferentes estratos sociais e a resistência à entrada de produtos estrangeiros que poderiam beneficiar a população de baixa renda e classe média.


Bacha, que possui uma extensa carreira acadêmica e ocupou posições de destaque em instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçou a necessidade urgente de reformas estruturais profundas para que o Brasil possa alcançar seu potencial econômico pleno e reduzir as desigualdades persistentes.

“O crescimento não veio como a gente esperava. Por que não veio? Bom, nós fizemos oito anos de reformas, mas aí veio o PT e fez 15 anos de ‘desreformas’ “.Bacha em entrevista a Folha.

O economista ainda destacou que ainda temos um Estado inchado que absorve um terço do PIB e não entrega para a população serviços adequados de saúde, educação, transporte, segurança e infraestrutura, e a economia continua fechada.

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