- A XP revisou sua recomendação para as ações das Lojas Renner de “compra” para “neutra”
- A corretora ajustou o preço-alvo da varejista de R$ 19 para R$ 18
- A XP também projeta um crescimento de 0,2% nas vendas de mesmas lojas da Renner no segundo trimestre
A XP revisou sua recomendação para as ações das Lojas Renner de “compra” para “neutra”, citando as temperaturas acima da média no segundo trimestre. Isto, como principal motivo. A corretora também ajustou o preço-alvo da varejista de R$ 19 para R$ 18, ainda sugerindo um potencial de valorização de 22%.
Apesar da tragédia no Rio Grande do Sul ter impactado a empresa gaúcha, os analistas da XP estão focados no impacto do calor, que reduz as vendas de roupas de inverno, segmento em que a companhia tradicionalmente obtém maiores margens.
“O segundo tri mais quente já está levando a Renner a antecipar descontos nas coleções de inverno, o que pode limitar a expansão da margem bruta – mesmo em comparação com uma base ‘fraca’ de 2023,” afirmaram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
A XP projeta um crescimento de 0,2% nas vendas de mesmas lojas da Renner no segundo trimestre. Mas acredita, que o período pode levar a uma revisão negativa dos lucros anuais.
“Olhando para frente, as previsões continuam apontando uma alta probabilidade de temperaturas acima da média em junho e julho, o que representa um risco para as vendas do Dia dos Namorados,” complementaram os analistas.
Embora reconheça que a Renner ainda esteja “subvalorizada” em relação aos seus níveis históricos, a XP acredita que tanto a empresa quanto o setor enfrentam desafios atualmente. Entre esses desafios estão o ciclo de cortes de juros mais lento. Além da alta na inflação dos alimentos e o fortalecimento do dólar.
A XP também sugere que um fator que poderia aliviar essa situação complicada é a aprovação do Projeto Mover (Mobilidade Verde) no Congresso. O que inclui uma cláusula para restabelecer o imposto de importação para compras de até US$ 50, afetando, no entanto, diretamente as concorrentes asiáticas.
“Segundo nossa equipe política, a probabilidade de aprovação do projeto parece maior do que em discussões anteriores, mas ainda depende fortemente de como o governo votará,” escreveram os analistas.
Renner abre quatro novas lojas em Abril
Com essas novas inaugurações, a companhia totaliza 669 lojas em operação.
As Lojas Renner, empresa brasileira de roupas e acessórios fundada em 1922, comunicou ao mercado, que houve as seguintes inaugurações no mês de Abril de 2024.
Em comunicado, a Renner informou que, com essas novas inaugurações, a companhia totaliza agora 669 lojas em operação, sendo 421 da Renner, incluindo unidades da Argentina e Uruguai, 126 da Youcom, 104 da Camicado e 18 da Ashua.
A Lojas Renner (LREN3) abriu as portas do seu inovador Centro de Distribuição (CD) localizado em Cabreúva, estado de São Paulo, para analistas do sell-side. O evento gerou, contudo, entusiasmo no mercado devido ao potencial transformador desse novo empreendimento para a estratégia de logística e cadeia de suprimentos da empresa.
Pedro Pereira, diretor de logística da Lojas Renner, liderou uma visita de cinco horas às instalações em Cabreúva, fornecendo informações detalhadas sobre o projeto e, dessa forma, como ele deve impulsionar significativamente a operação da empresa.
O novo Centro de Distribuição, que representou um investimento de R$ 750 milhões, possui uma área impressionante de 163 mil metros quadrados, ou 370 mil metros quadrados considerando a verticalização. Essa dimensão, no entanto, é maior do que a soma da área total de todos os CDs anteriores da empresa.
O Bradesco BBI avaliou, portanto, o projeto como transformacional, colocando a Lojas Renner na vanguarda da logística e da cadeia de suprimentos no Brasil. A empresa, contudo, investiu em tecnologias de ponta e capacidades avançadas para otimizar suas operações.
Atualmente, o novo CD já representa cerca de 80% do volume de vendas da Lojas Renner, consolidando sua importância estratégica. A implementação desse novo CD é vista como um dos principais pilares para que a empresa atinja o break-even. Reduzindo a queima de caixa, especialmente considerando a eficiência que ele traz à logística da empresa.